terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Qual é a melhor imagem da Solidão?

Qual é a melhor imagem da Solidão?

Seria a imagem de um menino, beirando os sete anos, brincando sozinho no quarto alugado e caiado com as pecinhas de encaixar, sentado com as perninhas finas sobre um enorme tapete bege - feito praticante de ioga -, com um punhado de brinquedinhos gastos o circundando?

Ou seria a de um pré-adolescente, arqueado e rechonchudo, vagando, sob sol ardente e garoa tépida, pelas ruas cinza do bairro periférico a torto e a esmo?

Ou seria a de um adolescente, visualmente saudável – corado até -, mas enfurnado no quarto-alcova, lendo uns romances do Novo e do Velho Mundo, por ele mesmo escolhidos, sob uma luz amarela e artificial?

Ou seria a de um jovem, beirando os vinte anos, brincando sozinho consigo mesmo na sala envolta em penumbra, sentado – quase deitado – na poltrona vermelha felpuda, desfrutando de uns devedes pornográficos, surrupiados com a intenção deliberada de liberar àquele líquido branco e visguento sobre o abdômen flácido, quente e sobre, também, a penugem negra e recém aparada?

Ou seria a de um adulto, trabalhando em seu cubículo - dito escritório -, sozinho, curvado, sofredor de hipermetropia, meio calvo, meio pançudo, sob uma luz branca, vivendo um devaneio de desassossego?

Ou seria a de um velho, caducando (coitado!), que na calada da noite murmura, geme pelos nomes dos seus entes queridos, sobre uma rede encardida e isolado dos demais cômodos, pois seus afetos são incômodos, atrapalham o justo sono dos demais residentes?

Ou seria a de um corpo duro, gélido e esguio que está se decompondo no caixão acolchoado e florido?

Talvez, nenhuma dessas imagens... A Solidão não tem cara, mas tem coração. Podemos senti-la cá perto de nós, durante toda a nossa vida. Ela nunca se ausenta, mesmo quando estamos namorando a Felicidade. A Solidão, essa constante e derradeira companheira fiel, está e estará sempre nos acariciando - às vezes ternamente, às vezes agressivamente.

SSMS (17)

Sabe, estou parecendo 'O Pensador' de RODIN: ainda tô cá pensando se tu vais enviar os registros fotográficos das tuas telas para mim! Vais? Ohh, Eterna Espera!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

SSMS (16)

BOA NOITE procê tbm! Q a subtil brisa primaveril ti embale e ti acalente até q o divino SOL ti acorde. Bons sonhos! Boas fantasias! Bjos nas duas maçãs!!

sábado, 7 de novembro de 2009

Estima-se Adversário no Jogo de Xadrez

Vagas ilimitadas. Ambos os sexos. Não é necessário experiência, mas ter boa vontade e simpatia são pré-requisitos diferenciais. Ter tempo também é desejável. Ganhos a combinar. Interessados postar um comentário neste texto.
Ontem foi o meu aniversário e, vendo uns presentes passados perdidos pelo quarto, encontro um jogo de xadrez. Ganhei-o da ex-patroa da Mamãe e, confesso, quando menor, brinquei um bocadinho com esse tal jogo de tabuleiro clássico. Brinquei pouco porque não havia muitos amigos com os quais poderia travar uma verdadeira guerra mental-estratégica, lá no condomínio onde residia. Os jogos lá eram mais corporais, táteis, agressivos, por exemplo: futebol, vôlei, taco, pega-pega, esconde-esconde e por aí a fora... Se não me engano, joguei-o com apenas uns três amigos. O tabuleiro está praticamente semi-novo. Sou o único dono.

Mas agora, vendo esta caixa de madeira meio empoeirada – o tabuleiro se transforma numa caixa para abrigar as peças (a corte) -, o desejo em usá-la se faz crescente no presente presente. Contudo, para desfrutar desse jogo lúdico, careço de um adversário. E é por isso que deixo aqui registrado a vaga em aberto de Adversário no Jogo de Xadrez. Espero receber candidatas e candidatos até o fim desta semana.

Haverá, afinal, pessoas ainda interessadas em algo tão simples e tão afável??

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

SSMS (15)

Já reparastes q o 8 deitado se parece com o símbolo do Infinito? Então, domingo próximo é dia 8, né? Q tal nos encontrarmos e ficarmos entrelaçados infinitamente?

SSMS (14)

Sério mesmo?! Então, deixemos de casos e acasos, vamos dar as mãos e esquecer nossas identidades por algumas horas! Entreguemo-nos à Eternidade, fundimo-nos!!

SSMS (13)

Saudades... Saudades sinto de vc, mas saudades vc ñ sente de mim... Serah q ainda sentes alguma coisa?? Pergunta tola!! Claro q sentes: DESEJO. Saudadesejo!!...

SSMS (12)

Se deixo p/ lá, num tenho ocê cá. Se quero ocê aki, tenho q insistir inté o fim. Serah q já acabou? Q pena... Nem começou! Bobeou, bobeei, bobeamos. Amamo-nos??

SSMS (11)

O veludo dos teus lábios carnudos cair-me-ia bem agora. Umas mordidinhas cá no pescoço tbm seriam tão bom... Adoraria acariciar tuas bochechinhas com as minhas!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

SSMS (10)

Tuas fotos já ñ me satisfazem mais! Tua presença, soh daqui a 8 dias. Ñ faça + caso e atenda o pedido dum viciado virtuoso: careço de + fotos porque sou guloso!

SSMS (9)

Tu podes odiar o Sol e estar na praia, podes amar a Lua e ñ estar em ksa, mas, se ñ entendes o meu almejo, mereces apenas um bjo, o derradeiro, n’olho esquerdo!

SSMS (8)

Quem ama a Lua, adora ficar nua! Hoje, a noite está meio fria, mesmo assim, continua atraente e sugestiva! Q tal nos encontrarmos di’mediato, s/ ficarmos pelados?

SSMS (7)

Infelizmente, sei q tu ñ gozarás deste Sol cativante e atraente, mas preste atenção, coração, pois a primeira brisa morna q sentirás cá de fora, é o meu toque!!

SSMS (6)

Bendito seja este Sol q bronzeia tua pele alva e leitosa! Qndo minhas mãos deixam de acariciar-te ainda sentem teus poros cálidos e macios, feito um brigadeiro!

SSMS (5)

Se num presto, então empresto! Pra ti, quem presta? Eu testo e num deixo resto! Na testa ti dou um bjo, no queixo ti dou dois, mas, se num presto, no reto dou!!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

SSMS (4)

Espero q este Sol atrevido ñ esteja ti obrigando a exibir tuas perninhas finas, pois de atrevido basta Eu e o meu desejo em vê-las brancas, porosas, lindas!!

SSMS (3)

O nosso último bjo foi debaixo duma forte chuva; Agora só me resta ser forte e deixar q a garoa se misture às minhas lágrimas e enxágüe as tuas últimas nodoas.

SSMS (2)

Teus bjos são como chocolate, de tão doces dão vontade de se lambuzar todo; É por isso q pareço um chocolate amargo de tão chato por desejá-los tanto. Diabetes.

SSMS - Secret Short Message Service (1)

Q a brisa noturna de hoje acaricie teus pêlos negros; Q a brisa morna de amanhã te core e q conforte este teu peito calejado, mas tão almejado por ser tão teu!!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Maturidade e a Mamãe (desenvolvimento)

- Quando você cresce, ou seja, quando você fica mais velho, você começa a perceber certas sutilezas da vida. Por exemplo: quando eu era pequeno, sempre cumprimentava a Mamãe com um beijo. Hoje, com meus vinte e poucos anos, já não me arrisco a fazer isso. Digo arrisco porque quando me atrevo a beijá-la, e esse deslize geralmente ocorre quando estou desligado da minha própria existência, ela, a Mamãe, pede-me DINHEIRO. Sim, digo a verdade. Mau encosto meus lábios filiais na maça direita dela e ela já dispara uma ordem fulminante: “Me dá R$ ..., aí!”. Por isso, não beijo mais a Mamãe... Ah, e nem se atreva a pensar que sou um sovina desgraçado e desnaturado, desconfiado leitor! Não deixo de beijá-la só porque ela “cobra” de mim o gesto afetuoso. Não a beijo mais por princípios, só por isso. Sim, princípios. Imagine: sou filho único, já recebi muito carinho, admito. Hoje, porém, afirmo, não recebo mais manifestações táteis de afeto. Um dos poucos gestos maternais que ainda recebo é ter comida preparada sempre à minha disposição e roupa lavada e passada, além, é claro, do teto que me abriga. TUDO isso já é prova suficiente de amor materno, podem dizer uns aí. Contudo, há outra coisa a levar em consideração: a convivência. Percebo que quanto mais fico mais velho, mais a Mamãe não me suporta. Ela me acha um chato, e sempre quando perguntam de mim, ela “carinhosamente” emprega esse adjetivo no lugar do meu nome. Ela SEMPRE diz: “Aquele chato ainda tá lá.” O chato dito com ênfase, entende? Por isso o itálico. Enfim, pode parecer até represália, mas não, é princípio. Como posso ser amável com alguém que me odeia? Sim, ela me odeia. Tenho provas! Hoje em dia, ela não sabe mais o que e nem como falar comigo. Aliás, conversar é algo que não praticamos há muito tempo. Ela me vê como a um estranho. Ela não me reconhece mais. E eu também não a reconheço... Bem, acho que isso já diz tudo. Mas, quando será que esse estranhamento começou a se manifestar? –

sábado, 22 de agosto de 2009

Fragmentos do cotidiano (1) e (2)

... Às vezes acho que minha mãe só quer saber do meu dinheiro, sabe? Ela fica ali, de espreita, de olhos miúdos e fixos enquanto conto as cédulas que recebo quinzenalmente. Acho muito estranho essa atitude dela. E, pensando bem, acho que ela sempre fez isso, desde quando comecei a trabalhar regularmente, desde o primeiro registro em carteira, entende? Não sei por que só agora reparei nisso... Bem, quando ela me pede um pouco pra fazer umas compras básicas no mercadinho, até que lhe dou o pouco e, sabe, ela fica tão satisfeita... tão contente... Também acho muito estranho essa atitude dela. Admito, meu caro, ultimamente desconfio muito de minha mamãezinha. Sinto que ela não me vê mais como ‘o filho’ e sim como ‘a garantia’. Como se eu fosse um Fundo Monetário Familiar, só que sem agiotagem e com possibilidades de bônus adicional ilimitado! (gargalhadas) Não, não tenho seguro de vida. Fique tranqüilo, colega des-con-FIADO, acho que ela não planeja matar o único filho, ou seja, EU, afinal, pelo que parece, sou mais valioso vivo e trabalhando, né?! (risinhos) Enfim, talvez seja só impressão distorcida minha, estou ficando mais velho e as responsabilidades adúlteras (sorrisinho sarcástico, meio que de lado) começam a cutucar o ego... Mas, uma hipótese surge na minha cachola neste instante... E se eu ficar desempregado?! Será que ela continuaria com a mesma atitude atípica apercebida? Hum... Eh, curioso pensar nisso neste século vinte e um... nesta alcova universal...

...

Sabe aquele cara do subsolo? Pois então, simpatizo-me tanto com ele! Sei mui bem como é ser escravo da própria consciência moral e social. Também sou um mentiroso e um indecente. Também sofro com essa dualidade que esmigalha, torce e sacode o cerebelo. Eh, também, quando escrevo, sou inverossímil, porque é bem mais decente e vital. Enfim, sou um belo (de metido mesmo) calhorda que contradiz os próprios anseios e sem perspectiva estratosférica. Tenho dúvidas constantes! Estou nessa inanição faz é tempo!... O ócio recente é um problema (será mesmo um problema?) que não consigo administrar. Não dou conta mais da minha própria vida. Aliás, acho que nunca dei conta realmente. Creio (agora) que ninguém dê. Sempre vivi assim, a esmo e a tropeços... Tenho que ter um rumo prefixado? Rumo é obrigatório?! Ficar aí à toa não é uma escolha? Posso realmente escolher?... Posso...

Mas, contudo, se finalmente me topar com a miserável, com a minha cara metade feminina (sim, acredito que seja fêmea. Não tolero homens, acho-os repulsivo demais, e, não sou homofóbico, deixo já avisado. Tento ser politicamente correto ainda, sabe?), enfim, continuando, se encontra-la não a humilharei tanto, que nem aquele cara do subsolo, não a afastarei de mim definitivamente. Sou carente, confesso. Sou covarde também, irmão! Sou romântico (espécie mui rara ultimamente) (e tenho orgulho danado disso). Eu a possuirei de imediato (minha futura e a definitiva guria), a comerei viva todos os dias, até ficar enjoado, até que doa os cornos, até que a gula libidinosa me enfarte!!! (suspiros asmáticos)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A filha da mãe (parágrafo único)

Chega de papo furado! Você aí, cara leitora! Sim!... Você mesma. Senta cá no meu colo e me responde uma coisa: tu conheces a filha que tens? Não, não... Não diga “claro!” tão afoitamente. Veja bem, meus avós costumavam contratar uma moça, moradora dos arredores, sabe? E ela limpava a casa deles assim, às vezes, pois eles, solidários que são, ajudam seus íntimos. Pois bem, um dia desses, bem recente mesmo, coisa fresca, a tal moça levou uma de suas filhas para ajudá-la no árduo serviço de limpeza. Ela, a moça, tem duas pequenas, uma de quase quinze e uma outra de quase treze. Ela levou a mais nova. Meus avós estavam curtindo uma praia juntos, coisas da idade, entende? E quando voltaram, além de encontrarem o pequeno apartamento impecavelmente limpo e organizado, se deram conta da falta dum bolo de notas... A grana tinha desaparecido, que nem pirulito na mão de criança. Suspeitaram da Memória. Mas, esta, a do meu avô, foi enfática: Estava lá do lado do televisor, sim! Não teve jeito, ligaram pra moça e ela ficou de sondar suas crias. Vai ver derrubou e colocou em outro lugar, disse minha adorável avó. E veja só, cara leitora, como é que são as coisas dessa vida imprevista! De madrugada, a moça ligou para os meus avós, e como moravam bem próximos, foram a pé até a casa dela, coisa de duas quadras. Ela insistiu que eles fossem lá. E na pequena casa do mutirão, a Vergonha ganhou um corpo raquítico, pálido e de olhos torpes: a caçula tinha pegado o dinheiro! Peguei mamãe, disse a guria, diante de todo mundo. Mas por que minha filha? Porque eu quis! A mãe ficou arrasada, disse que pagaria o que a pequena tinha gastado, aos poucos, é claro. Sim! A pequena gastou parte do dinheiro surrupiado, comprou uns cadernos, umas canetas e até pagou umas contas atrasadas. Disse que tinha achado “o bolo” ali, bem em frente de casa. A mãe era digna, sabe? Trabalhadeira mesmo. Se tinha orgulho, acho que tinha, de ser humilde e de ter tudo que tinha graças ao seu trabalho honesto e puxado, teve-o esmigalhado pela atitude da pequena. Eh, minha fia!... Não conhecemos os filhos que pomos no mundo... Ah, outra coisa curiosa: meu avô tinha uns devedes pornográficos naquele cantinho do televisor. A de quase treze os pegou também! Ele não prestou queixa... Agora, dá cá uma bicota, vai!

sábado, 11 de abril de 2009

Bem-vindo à Era do Caos!

Em tempos de Crise é comum ver nos noticiários televisivos alguns absurdos curiosos que assolam esta primeira década do século XXI. Quem aí não viu que tão roubando até o cabelo das pessoas?! Pobre das evangélicas orgulhosas de suas longas madeixas sacras até o sacro! Quem aí não ouviu falar de um time europeu que está em greve? Não estão pagando seus salários astronômicos e, por causa disso, não batem bola com seus adoráveis adversários. Tem até seqüestradores que seqüestram por engano! E policias que seqüestram traficantes, que usam a delegacia como cativeiro e ainda libertam os cativos mediante o pagamento do resgate!!! Absurdo? Não... É a Era do Caos.

Ainda tem país aí, antigo devedor do FMI, sabe? E que agora está virando credor do Fundo. Crêem nisso, meus filhos? Só resta saber de onde colherão esse dinheiro... Bom, fabricar é fácil, certo? A Casa da Moeda fabrica o que mesmo? Se o New United States of América pode produzir trilhões de dólares e injetá-lo na economia local (mundial), por que esses novos credores também não podem? Ah, são subdesenvolvidos, é verdade. São do Terceiro Mundo, né? É um mundo paralelo aos seus demais “superiores”... Bem, se essa tal Crise nos ensinou algo, foi justamente o impacto que ela provocou. Ela provou que não somos tão diferentes assim. Todos têm os mesmos problemas, o que apenas diferencia um do outro é a proporção.

Mas, é a Era do Caos! Se há milhões de desempregados por aí, gente perdendo tudo e mais um pouco, também há gente lucrando com a dita recessão. Quem aí não ouviu falar duma adega que está vendendo uma safra a preço mais em conta? Quem aí não leu os recordes de venda dos ovos de Páscoa? Tem produtos alimentícios que não eram comprados, por serem de qualidade inferior diziam, e que agora vendem que é uma beleza! Crise para muitos, Oportunismo para poucos! É chegada a hora catastrófica de subverter os sentidos da lógica.

Eh... Resolva teus problemas e resolverá os do Mundo.

sábado, 28 de março de 2009

Voe para mim!

Chegue mais perto... Não se acanhe. Tenho algo a ti dizer. Sabe aqueles dias em que você não se sente tão bem assim? Aqueles dias, sabe, pachorrentos, estéreis; enfim, monótonos? Pois bem, hoje, a princípio, foi um dia desses. Sábado típico de outono: sem sol e sem sal, nublado. Acordei avaro, mesmo consciente de minhas obrigações acadêmicas. Até tentei ler alguns livros aí, mas, admito, não encontrei o que procurava: a Inspiração. Enquanto procurava tal graça, lá, sentado sozinho no sofá, acabei recebendo uma pequena visita inusitada - um pássaro. Sim! O danado adentrou minha alcova celibatária pela janela do quarto de mamãe. A janela estava pudicamente escancarada e o pequeno xereta adentrou avidamente... Mas por que menciono esse caso aqui? Veja bem, mesmo num dia tão chato e improdutivo, um pássaro se atreveu a voar! Pareço impreciso? Quase insano? Pois leia com atenção: um pássaro voou dentro da minha casa! Exibiu-se para mim com certo receio, é verdade, mas com coragem! Estava ávido de curiosidade, imagino, mesmo eu não sendo digno de tamanha característica celeste. Fui atrás dele. E lá estava a pequena criatura no peitoril da janela, toda serelepe e me encarando feita sua prima de rapina. O que ele buscava? Comida? Abrigo? Eu? Não sei, nunca saberei. Segundos depois voou embora... Não aguentou me encarar? Bem, só sei que ele me fez perceber que a curiosidade, o interesse virtuoso, legítimo brota até em dias inférteis! O pássaro representa a Liberdade? A Esperança? O Espírito Santo? Pode até ser pra um punhado de crédulos aí. Pra mim a pequena criatura representou um aviso. Mesmo não portando nada no bico, sua presença apenas, representou o mote deste registro virtual. Chegue mais perto, não voe para fora de minha janela! Voe para mim, ninfa estimulante!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Alcova Craniana?!

O título deste blog saiu por acaso. Tu, caro leitor, sabes como é irritante impor um nome já pré-escolhido ao sistema de disponibilidade do servidor e ter a infeliz coincidência de já terem pensado nele bem antes de tu pari-lo... Pois bem, após duas tentativas, este nome foi aceito: Alcova Craniana. Agora, o que esse título significa realmente? Confesso, que nem eu sei ao certo, afinal, na maioria das vezes, são as próprias palavras que se libertam da minha caixa/prisão craniana e se exibem descaradamente nessas linhas libertárias. As sem-vergonhas são alheias a minha própria vida! Não é à toa que eu consulto o dicionário (Aurélio) toda vez que escrevo. As palavras simplesmente surgem e, cabe a mim, ordená-las em busca de sentido comestível. Pareço um mero instrumento, um reles escriba delas, e assim, quase como um psicógrafo, escrevo. Escrevo para libertar essas palavras que me atormentam há anos! Mas, olhe, pensando bem, essas tais linhas libertárias já são uma prisão! É! Eu e tu fomos adestrados a ler assim - da esquerda pra direita, de cima pra baixo. Maldita hierarquia sintático-gramatical portuguesa! Pronto! Está aí a justificativa para o título deste blog. Alcova Craniana porque o crânio em si já é uma prisão anatômica do pensamento, e, se o substantivo alcova foi aqui usado, foi mais para auxiliar na visualização deste "quarto escuro sem janelas". Parece-me que a explicação está satisfatória... Pelo menos por enquanto...
Caros leitores, este blog é um desabafo, uma tentativa sem sentido tentando ter sentido... Pareço confuso? Pois sou, afinal, nesta primeira década do século XXI, nada necessariamente precisa fazer sentido, basta tentar ser poético e engraçadinho, sabe?

Sejam bem-vindos e deleitem-se!