segunda-feira, 13 de abril de 2009

A filha da mãe (parágrafo único)

Chega de papo furado! Você aí, cara leitora! Sim!... Você mesma. Senta cá no meu colo e me responde uma coisa: tu conheces a filha que tens? Não, não... Não diga “claro!” tão afoitamente. Veja bem, meus avós costumavam contratar uma moça, moradora dos arredores, sabe? E ela limpava a casa deles assim, às vezes, pois eles, solidários que são, ajudam seus íntimos. Pois bem, um dia desses, bem recente mesmo, coisa fresca, a tal moça levou uma de suas filhas para ajudá-la no árduo serviço de limpeza. Ela, a moça, tem duas pequenas, uma de quase quinze e uma outra de quase treze. Ela levou a mais nova. Meus avós estavam curtindo uma praia juntos, coisas da idade, entende? E quando voltaram, além de encontrarem o pequeno apartamento impecavelmente limpo e organizado, se deram conta da falta dum bolo de notas... A grana tinha desaparecido, que nem pirulito na mão de criança. Suspeitaram da Memória. Mas, esta, a do meu avô, foi enfática: Estava lá do lado do televisor, sim! Não teve jeito, ligaram pra moça e ela ficou de sondar suas crias. Vai ver derrubou e colocou em outro lugar, disse minha adorável avó. E veja só, cara leitora, como é que são as coisas dessa vida imprevista! De madrugada, a moça ligou para os meus avós, e como moravam bem próximos, foram a pé até a casa dela, coisa de duas quadras. Ela insistiu que eles fossem lá. E na pequena casa do mutirão, a Vergonha ganhou um corpo raquítico, pálido e de olhos torpes: a caçula tinha pegado o dinheiro! Peguei mamãe, disse a guria, diante de todo mundo. Mas por que minha filha? Porque eu quis! A mãe ficou arrasada, disse que pagaria o que a pequena tinha gastado, aos poucos, é claro. Sim! A pequena gastou parte do dinheiro surrupiado, comprou uns cadernos, umas canetas e até pagou umas contas atrasadas. Disse que tinha achado “o bolo” ali, bem em frente de casa. A mãe era digna, sabe? Trabalhadeira mesmo. Se tinha orgulho, acho que tinha, de ser humilde e de ter tudo que tinha graças ao seu trabalho honesto e puxado, teve-o esmigalhado pela atitude da pequena. Eh, minha fia!... Não conhecemos os filhos que pomos no mundo... Ah, outra coisa curiosa: meu avô tinha uns devedes pornográficos naquele cantinho do televisor. A de quase treze os pegou também! Ele não prestou queixa... Agora, dá cá uma bicota, vai!

sábado, 11 de abril de 2009

Bem-vindo à Era do Caos!

Em tempos de Crise é comum ver nos noticiários televisivos alguns absurdos curiosos que assolam esta primeira década do século XXI. Quem aí não viu que tão roubando até o cabelo das pessoas?! Pobre das evangélicas orgulhosas de suas longas madeixas sacras até o sacro! Quem aí não ouviu falar de um time europeu que está em greve? Não estão pagando seus salários astronômicos e, por causa disso, não batem bola com seus adoráveis adversários. Tem até seqüestradores que seqüestram por engano! E policias que seqüestram traficantes, que usam a delegacia como cativeiro e ainda libertam os cativos mediante o pagamento do resgate!!! Absurdo? Não... É a Era do Caos.

Ainda tem país aí, antigo devedor do FMI, sabe? E que agora está virando credor do Fundo. Crêem nisso, meus filhos? Só resta saber de onde colherão esse dinheiro... Bom, fabricar é fácil, certo? A Casa da Moeda fabrica o que mesmo? Se o New United States of América pode produzir trilhões de dólares e injetá-lo na economia local (mundial), por que esses novos credores também não podem? Ah, são subdesenvolvidos, é verdade. São do Terceiro Mundo, né? É um mundo paralelo aos seus demais “superiores”... Bem, se essa tal Crise nos ensinou algo, foi justamente o impacto que ela provocou. Ela provou que não somos tão diferentes assim. Todos têm os mesmos problemas, o que apenas diferencia um do outro é a proporção.

Mas, é a Era do Caos! Se há milhões de desempregados por aí, gente perdendo tudo e mais um pouco, também há gente lucrando com a dita recessão. Quem aí não ouviu falar duma adega que está vendendo uma safra a preço mais em conta? Quem aí não leu os recordes de venda dos ovos de Páscoa? Tem produtos alimentícios que não eram comprados, por serem de qualidade inferior diziam, e que agora vendem que é uma beleza! Crise para muitos, Oportunismo para poucos! É chegada a hora catastrófica de subverter os sentidos da lógica.

Eh... Resolva teus problemas e resolverá os do Mundo.