sábado, 30 de janeiro de 2010

SSMS (19)

Oi! Tudo bem contigo? Espero q sim. Na última vez q ti vi, agi feito amigo – como tu bem quis. Tomara q na próxima, tu necessites de um amante! Bjos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

SSMS (18)

Eh, tu vais embora mesmo. Vais me abandonar, me deixar sozinho, mais uma vez, né?! Tudo bem então. Ti vejo por aí, ou ñ. Minha cama manda lembranças, eu um bjo!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Carta aberta à ex

Olá, minha cara!

Espero que ao ter esta carta em mãos, tu estejas gozando de plena saúde física e mental. E que teus inesquecíveis familiares também estejam saudáveis e felizes.

Escrevo-lhe com o intuito de desvendar o mistério que ainda nos rodeia; escrevo-lhe para expurgar de vez os fantasmas que ainda me assombram; enfim, escrevo-lhe para tentar sanar nosso caso mal resolvido. Sim, mal resolvido, pois, mesmo que tu estejas praticamente casada há pouco mais de um ano, e, talvez, por isso mesmo, não tenhas respondido minhas correspondências anteriores, ainda sinto certa pendência entre nós.

Dois anos atrás, terminei contigo. Bem sei que a forma desse rompimento não foi lá muito digna de um cavalheiro (já ti admiti isso, na época). Dei por fim o nosso relacionamento promissor baseado em observações empíricas: não ti fazia mais feliz, não ti satisfazia como tu carecias e merecias, não ti inspirava mais... Tu já sabes disso tudo, só quis aqui resumir. Continuando. E, mesmo depois do desfecho surpreendente, lembro-me bem, tu disseste pra sermos amigos ainda (curioso isso, não?). E, aqui, discuto um ponto importante, bem que eu tentei ser teu amigo, minha filha! Pena que tu não quis. Afirmo isso, pois, antes mesmo do teu caso atual, eu tentava manter contato contigo. Mas tu me ignoravas; não me dava mais oportunidades nem nada. Tamanha desfeita me deixou surpreso e profundamente chateado, pois, se querias ser minha amiga realmente, como tu mesma disse, desprezo não condiz com a amizade, né verdade? E tu sempre foste amável, afável e leal. Pois então, por essa atitude turva tua e da minha (em romper indignamente contigo), creio, estarmos em igualdade imoral, ou seja, juntos na mesma barca do inverno! Não ria, é sério. Por mais que a mágoa tenha ti contaminado, isso não justifica a falta de amabilidade, a falta de benevolência, afeição. Se não querias mais contato comigo, bastava ter sido sincera com o teu coração. Ter me iludido não foi legal.

Outra coisa tua me atormenta: o teu fantasma. Quando namorávamos, tua ausência era-me suprida bastando recorrer às belas e fogosas lembranças na tua presença. Agora, ou melhor, há dois anos, essas mesmas cálidas recordações transmutaram-se num fantasma áureo e inconveniente. Nas horas mais inoportunas, ele exibi-se para mim feito uma stripper vulgar e nociva. Danado fico, danado me entrego. Minha melancolia, tu sabes bem, é mais forte, por isso acabo aturdido com essas lembranças no meu colo, me encarando, me acariciando maliciosamente... Anseio que, ao deixar isso aqui impresso, esse teu resquício espectral deixe de me assombrar. Não agüentarei mais dois anos! Meu coração é demasiado frágil, tu sabes.

Por fim, espero francamente que esta seja a última carta que lhe destino. Sei que tu não a responderás, como as anteriores. Contudo, sinto-me mais aliviado, sinto que uma praga se desgarrou do meu pé, da minha alma imortal. Calma, calma, coração, não quero dizer que tu és uma praga parasita. Longe d'eu fazer uma ofensa dessas ao teu ilustre nome! Só exemplifiquei, nada mais. Não quero ti dar mais essa decepção.

Acho que ficou claro que eu ainda te adoro, apesar dos pesares, não é? Se não, digo descaradamente, explicitamente: TE ADORO!!!

Vejo-te por aí, ou não.

Beijos nas maçãs e um forte e demorado abraço pra tu, do lunático, mas inofensivo e sempre teu

Mr. Boo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ela ligou às 21h. Queria saber se eu estava livre pra poder acompanhá-la. Não estava. Já tinha um compromisso marcado, um encontro familiar. Ela insistiu, tentando me convencer a mudar os meus planos. Dessa vez, não caí na arapuca. Rejeitei sua isca, com muita polidez, claro, e lancei a minha. Convidei-a a virar o ano comigo e minha prole. Ela ficou surpresa, acho, pois tentou dissimular sua alegria, ou, em outras palavras, se fez de difícil. Começou a vislumbrar pequenas peias: disse que onde eu moro é contramão, disse que não era esperada e disse, pra minha felicidade, que não tinha onde dormir depois... Argumentei: em uma hora estaria comigo; em casa de boa família há comida de sobra; e, que poderia dormir em minha casa mesmo, afinal, já dividiu comigo, numa outra ocasião, a mesma cama – sempre fui acolhedor. Ela soltou uma gargalhada, ou seja, ela se soltou, se desvencilhou da minha teia. Disse, pro meu desespero, não. Não queria dividir comigo a mesma cama, mas que poderia dormir em outra cama... Deixou isso bem claro. Nessa altura da conversa, percebi que ela ainda estava brincando comigo. Fingiu que ia cair na minha armadilha ardilosa e me deu um bote no ego. Me vi perdido, sem reação possível; não tive escolha, disse: tudo bem então. Ela, pra me humilhar, disse que ainda não estava certa se vinha me ver; receou ser tarde demais. Repeti o argumento anterior: disse-lhe que em uma hora estaria comigo, ou seja, daria tempo de virarmos o ano juntos, não era tarde demais. Ela disse que iria pensar mais um pouquinho a respeito; disse que iria tomar banho e lá pras 22h ligaria para mim novamente. Eu, ainda atordoado, boboca, repeti: tudo bem então. Ao desligar o telefone, percebi que ainda estava no jogo, não o tinha perdido de todo, acreditei. Resolvi também me arrumar: escovei os dentes, tomei banho, cobri o corpo todo de branco, mas deixei um pedaço dele coberto de vermelho. Eh; admito, ainda alimentava uma ilusão amorosa, uma esperança sem fundamentos concretos. Enquanto me aprontava, ficava a imaginando chegando próximo de mim - em câmera lenta -, me abraçando, me beijando nas bochechas coradas. Depois, já em casa, me via com ela vendo a programação especial na televisão, papeando de pertinho sobre isso e outras coisas avulsas, sem vergonha, sem preconceito. Aproveitávamos as últimas horas do ano pra relaxar, se divertir, descansar na presença de conhecidos íntimos. Eu nos via comemorar a chegada do Ano Novo: abraçados, pulando, gritando, sorrindo diante de todos e das explosões coloridas! Tinha, diante dos meus olhos castanhos, a imagem nítida de nós dois, lado a lado, degustando a primeira refeição do ano, brindando com as primeiras bebidas alcoólicas. Fantasiava a primeira madrugada (de insônia). As confissões ao pé do ouvido, as carícias inocentes, o primeiro beijo, a primeira mordidinha no lábio inferior, a primeira pegada, os primeiros amasos... os primeiros orgasmos!

Às 22h ela não ligou.

Não me agüentando de expectativa, às 22h05 liguei. Ela atendeu. Disse que já era muito tarde, não daria tempo. Decidiu virar o ano com o seu único parente presente: o pai. Lamentei. Ela também.

Ela ainda prometeu vir me ver na hora do almoço, às 14h. Não veio e nem ligou avisando que não vinha.

Terminei um ano com uma desilusão, comecei outro com outra. Seja bem-vindo 2010!!!