sexta-feira, 28 de maio de 2010

SSMS (30)

Trabalhos, baladas e namorado, tua vida anda mui agitada ultimamente, contudo, lembre-se de algo sui generis: minha eterna amizade. Tu a andas negligenciando...

SSMS (29)

Dei, recentemente, teu nome, sobrenome e telefone como referência de meus préstimos. Agi corretamente ou ‘dei com meus burros n’água’?? Tua opinião me salvará!

SSMS (28)

Curioso: mal comecei a trabalhar no Alto Augusta, ganhando pouco, e surge uma boa OPORTUNIDADE de trabalhar no Baixo Augusta, ganhando mais. Dilema: o q faço?!?

Tormentos diários

Às vezes gostaria de ser cego, literalmente. Com meus vinte e poucos anos, sou atormentado diariamente por desejos libidinosos. Basta passar um rabinho feminino bonitinho, empinadinho e redondinho diante dos meus olhos, pra eu ficar todo eriçado, animadinho e sorridente. Não consigo evitar, sabe? É automático. Capto um corpo curvilíneo e vistoso próximo ou à distância e pronto, fico lá, parado, que nem besta, babando, vidrado nas características típicas do Segundo Sexo. E por acreditar que toda mulher tem uma beleza que lhe é peculiar, fico atordoado. Atento-me nas particularidades de cada fêmea que me aparece. Aprecio seios generosos e modestos. Deleito-me com uma arcada dentária alva e fácil – exibindo-se espontaneamente na rua. Entorpeço-me envolto de xampus, cremes e perfumes afrodisíacos no transporte público – o contato, a proximidade é inevitável. Fico embriagado. Não conseguiria escapar, ignorar mesmo se eu quisesse. Pensar em outra coisa? Impossível! Estou cercado, encurralado, acuado, impossibilitado de esboçar alguma reação viril. Sinto-me a caça, não mais o caçador. Ainda tenho a “lança”, ferramenta pra espetar, perfurar, penetrar... Contudo, o receio existe, persiste. Sinto que vou ser capado, castrado assim que decidir agir. Sinto-me impotente, em constante convalescença... Ah! Como eu gostaria de ser cego, literalmente, pra não mais cobiçar, me apaixonar.

domingo, 23 de maio de 2010

Revelações

Ela surge derrepente, exibindo de forma atrevida suas asinhas prateadas reluzentes. Conforme caminha, nesta terra profana, seu par de asas tremeluz constantemente; fico deslumbrado, atraído. Mas, tal divindade celeste, não é puro-sangue, é híbrida. Suas pernas generosas são negras; de um negro envernizado e convidativo. Apalpá-las eu adoraria. Contudo, não posso, e nem devo, pois, esse anjo provocativo, não aceita abordagens, apenas curti revelar-se, interpor-se no caminho aprazível de uma alma caridosa. E quando ela desaparece de repente, é aí então que me perco. Acabo perambulando a esmo pelas aléias torpes da cidadela, procurando o mesmo par de asas, o mesmo par de pernas, mas só encontro harpias, esfinges, galinhas.

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Minha Mãe é a minha melhor referência.

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Máxima feminina no metrô: “tem vezes que a gente sente Tesão e tem vezes que a gente sente vontade.”

Citações avulsas (4)

“Pensa-se que memória é a faculdade que nos permite lembrar de fatos e coisas do passado; ter memória é ser capaz de evocar o que já ocorreu e se foi. Mas acabo de perceber que não é só isso: a memória é constitutiva do presente, é parte dele.”

“... é próprio dos poetas descobrirem o que já sabemos, mas esquecemos ou não lhe demos a devida importância.”

“O poeta é aquele cara que se surpreende com o óbvio e, ao fazê-lo, torna-o surpreendente, pelo menos para si mesmo.”

“(...) E ainda: a memória não apenas nos permite fazer por já sabermos como nos ajuda a descobrir novos modos de fazer, corrigindo o sabido, e assim engendra o futuro.”

“Suponhamos que vou escrever um poema que, porque ainda não o escrevi, não sei como será: estou entregue ao jogo do acaso e da necessidade. O tema é o sorriso da moça que vi na rua, há pouco, e de que me lembro ainda; é, portanto, memória, passado, mas o poema por fazer é o futuro – futuro que, sem o sorriso lembrado, jamais seria inventado.”

“A vida é também lembrar sem se dar conta disso.”

“A memória me permite inventar o futuro de que me lembrarei, como passado, futuramente.”

Fonte:

GULLAR, Ferreira. Surto filosófico. Folha de S. Paulo. Ilustrada de domingo, 16 de maio de 2010, E10.

domingo, 16 de maio de 2010

Pendrive, Feridas e Cartõezinhos

Pendrive: perdi tudo! Até eu mesmo. Espetei em porta USB alheia e mi fudi.

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Cutuco minhas feridas enquanto teclo. As casquinhas protetoras jogo fora, ao vento, ao léu. O sangue enferrujado que daí escorre, abundantemente, acentua a corado das pontas dos meus dedos. O teclado fica todo manchado. Cada letra, cada ponto e cada acento têm sua porção de sangue – meu sangue! Meu sangue oxidado borra o grafismo plano do tablado plástico. Às vezes não distingo a que cada tecla se corresponde. Fico confuso, me perco nas pequenas superfícies ásperas, outrora lisas, escorregadias... As nódoas não têm dó. Mas, graças a outro tipo de secreção corpórea, consigo, finalmente, reconhecer os caracteres que quero registrar. O suor é o meu desinfetante. Essa substância incolor, salgada e nidorosa é o que tenho de mais vital, agora.

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Os cartõezinhos têm cara e arcada alva. Por isso, careço de mais cuidado ao cortá-los.

domingo, 9 de maio de 2010

Homenagem às Minhas Amigas-Mamães

São Paulo, 09 de maio de 2010


Aos Meus Contatos do Sexo Feminino


Minhas Amigas-Mamães:


Não poderia me esquecer de prestar a devida homenagem a vocês nesta data tão celebrada que é o Dia das Mães.

Por isso, aceitem aí meus sinceros parabéns, madres caríssimas!

Contudo, meus parabéns não são suficientes; faz-se necessário esmiuçar minhas sinceras felicitações. Preciso expor, descaradamente, mas com certo pudor, minha admiração por vocês. Vamos lá então.

Admiro a perseverança quase xiita que vocês empregam diariamente no trabalho; o punho firme feminino é, sem dúvida, a razão do progresso que estamos presenciando. Admiro também a firmeza aliada ao carinho na criação da prole. Essas criaturinhas serão seres humanos maravilhosos graças a vocês, mães zelosas e vistosas! E, se “ser mãe é padecer no paraíso”, vocês certamente demonstram isso com muito orgulho e despudor. Fazem com que eu, mero fã, fique encantado, deslumbrado e bobo diante de tamanha beleza naturalmente feminina. Seus corpos podem ser aparentemente frágeis, mas comportam uma alma imensa, que não cabe no corpo sinuoso e macio, e tal dádiva celeste é sutilmente perceptível quando vocês sorriem um sorriso perolado hipnotizante e quando os olhos seus, marejados, tremeluzem numa manhã de sol... Vocês exibem uma bela arcada dentária, vertem cálidas lágrimas e continuam deslumbrantes, atraentes, deusas, magníficas mamães!

Admiro-as tanto que filho de vocês gostaria de ser. Posso ser um reles amigo, mas fui muito bem tratado por vocês, e as agradeço por isso. Testemunhei seus carinhos, suas conquistas e suas broncas, picuinhas... Acredito que toda mulher é uma mãe, e o que a faz lidar de um modo com um “filho” e de outro modo com “outro” tem haver com o nível de afeto. Sim, toda mãe tem seus prediletos! Não adianta replicar, bem sei. No entanto, o afago materno é formidável, convenhamos, e vocês o esbanjam. Sou um privilegiado, pois pude saborear um bocadinho da carestia, da caridade de vocês, minhas caras amigas-mamães.

Aceitem aí também um forte e demorado abraço e um beijo casto na face - prova cabal do apreço que um filho sente verdadeiramente pela sua Mãe. O beijo filial é a recompensa máxima para uma Mãe inesquecível.


Cordialmente,


Bruno Rodrigues de Oliveira


P. S.: E quanto a você, minha cara, que recebeu este e-mail, mas num tem (ainda) um primogênito se quer, não o estranhe, pois, como disse acima, tu já és uma Mãe! Uma Mamãe formosa e estonteante. Acredite.