quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Escrivaninhas públicas

Já faz um bom tempo desde minha última visita ao Centro Cultural São Paulo (CCSP). Lembro-me que ia lá todo fim-de-semana, pra estudar sobre aquelas mesinhas de madeira tão singulares. Isso nos primeiros anos de faculdade, claro, pois, bem mais tarde, já no finzinho do curso superior, frequentei de vez a biblioteca da Universidade. Não era a mesma coisa, não era a biblioteca do CCSP, mas quebrava um galho, era mais perto de casa. O que tem de bom estudar na biblioteca do CCSP? Ora, tudo lá é bom. Não apenas o seu entorno, mas sim o ambiente em si. Ele é próprio para o estudo, como uma boa biblioteca deve ser, e abre aos domingos! É a única biblioteca que eu conheço que abre aos domingos. Conheces outra? Pois então, faz tempo que não dou uma sentada por lá. Eh, tem que ter bunda pra estudar, isso é fato! As cadeiras magrelas de madeira não são um bom exemplo físico de conforto, mas sustentam muito bem seus assentados. E o bacana é: tu tá lá sentado, e de repente, putz, precisa de tal livro, sem problema, basta se levantar e ir de encontro à estante que o salvaguarda, sem precisar subir escadas ou encarar qualquer obstáculo arquitetônico. Claro, quando tu não encontras o tal livro, aí já é outra estória... Bem, já estudei e criei muitos textos sobre aquelas mesinhas de madeira. E também já peguei emprestado muitos livros apreciáveis – daqueles meio amarelados com o tempo, sabe? Deliciosos! Coisa muito boa de tocar, pegar, ver, ler, e até mesmo cheirar. Não me leve a mal, caro leitor, isso é só um pequeno vício inocente de um louco por livros. Outra coisa curiosa: muita gente tira um cochilo sobre essas mesmas mesas. Nunca precisei, mas já vi muitos estudantes descansarem suas mentes sobre as mesinhas de madeira. Nunca peguei alguém roncando também, mas não duvido nada que já houve casos, só espero que tenham respeitado tanto o roncador quanto os demais usuários – a maioria respeita. Eh, tenho que voltar a frequentar assiduamente a biblioteca do CCSP, por uma questão de saúde mental mesmo, coisa essencial. Contudo, um grande obstáculo, ou melhor, um grande concorrente, de repente, exibe-se lá na alvorada, mais precisamente próximo ao Anhangabaú, é a Biblioteca Mário de Andrade (BMA), a segunda maior do país! A primeira fica no Rio. E agora? Próximo dia vinte e cinco, aniversário da cidade de São Paulo, ela reabrirá plenamente, finalmente. Tornando-se opção mor para eventuais estudos literários, para meus eventuais estudos literários. Como ficará a biblioteca do CCSP, que já abrigou alguns livros do BMA? Bem, dependerá de alguns fatores: a BMA abrirá aos domingos? Na BMA haverá boas opções culturais durante a semana e no fim-de-semana? O que ocorrerá lá afinal? Mistério. Suspense. Na reinauguração eu vou, sem dúvida! Vai ser de manhãzinha? Bem cedo? Já tô lá! Mas e aí, rapá, o que vai rolar? Bem, pra ser parcial e mais correto, o certo seria alternar as visitas a esses templos do saber. Curti-lo a doses homeopáticas, não pensando em eleger o melhor, mas sim, o melhor pra cada caso que por aí surgir. Quanto mais bibliotecas, quanto mais opções de lazer e cultura melhor, certo? A cidade e seus concidadãos desde já agradecem.

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