sábado, 25 de junho de 2011

Ruminando

- Eu sou um imbecil. Não sei bem ao certo o porquê de insistir tanto nos outros, nesses outros que não me dão retorno. Não tenho mais amigos, colegas apenas eu tenho. Os verdadeiros amigos do passado desapareceram, os colegas perecíveis do presente nunca estão por perto quando eu careço deles. Casados uns estão, ocupados todos estão. Este meu mundo não me dá oportunidade afetiva, não me dá boas escolhas, apenas vazio, solidão é o que se apresenta de prontidão. Namoradas, paqueras, companheiras??? Difícil arranjar. Noto e anoto suas carências, mas é na telinha do celular que elas preferem, curtem numa boa se enganar. A janelinha discreta, ou indiscreta, é uma grande e durona concorrente. Chega a ser até injusto, não sou portátil, apesar de ser simpático. E não toco tudo aquilo que elas querem, prefiro, adoro cutucar, provocar; sou chato até no porta-retrato. Mesmo sendo facinho, facinho, dificilmente sou levado ou carregado pra casa. Conheço poucas alcovas, na minha sou o único cativo. Lá, a Solidão é companheira, lá, as dezenas de livros são amigos. E quanto mais velho eu fico, mais verdadeiro tudo isso é. Bom-humor, mesmo assim, eu ainda tenho, afinal, sou brasileiro. Rio da minha própria desgraça. E me divirto sozinho, seja lendo ou escrevendo. E assim vou vivendo, acanhado, bem-humorado e triste. Mas, diga lá, meu eu interior, nisso tudo aí dito há algo que faz sentido? Sei lá! Este mundo não faz sentido. E, sendo humano, continuo me iludindo, pois, isso é demasiadamente meu. Prefiro sofrer a ficar aí de frente pra tevê. Ah, acho que falei demais. Imbecil!

Sabiamente paciente

“São Paulo nos oferece, diariamente, desafios para nós exercitamos a paciência.” Disse isso uma monja cá mesmo de São Paulo, há alguns anos atrás. E vejo, diariamente, que o que ela disse ainda é muito visível por aí. Não quero comentar sobre o transito ou o transporte público da cidade, pois, soaria muito clichê; quero mesmo é narrar sobre os espaços privados, sobre os ambientes profissionais, esses pequenos laboratórios de minha pequena pesquisa social. Lidar com pessoas é difícil, o ser humano é complicado demais, isso já virou lugar comum, todo mundo reproduz isso por aí afora. Mas por quê? Vamos mais a fundo nisso. Por exemplo: a maioria de meus queridos leitores deve labutar em escritório, certo? Pois bem, e, nesses lugarzinhos fechados e refrigerados, o que geralmente os irrita? Ora, geralmente o que, ou melhor, quem os aporrinha é o chefe, aquela pessoa hierarquicamente superior, e um ou dois ou três ou quatro colegas de trabalho. E o que eles fazem para deixar os meus caríssimos leitores aborrecidos? Simples, simplesmente aqueles são contra as ideias ou opiniões manifestadas oralmente por esses meus leitores. Sim, nesta época presente, a divergência é algo difícil de lidar com tranquilidade. Queremos ardentemente que o outro nos entenda, que nos aceite facilmente. Mas sabe de uma coisa? Isso não vale a pena. O que realmente importa é entender porque o outro não nos entende. Saber, descobrir ou intuir porque ele ou ela ou eles ou elas agem daquela forma irritante conosco é, sem dúvida, deveras brilhante! Sabe, ultimamente ando dizendo pra mim mesmo: aquilo que me aborrece me fortalece. Sério. Depois de chegar a essa conclusão e pô-la em prática, percebi que minha paciência se fortaleceu, chegando ao nível de quase santa. Por isso, caros leitores, pratiquem a paciência diariamente, pois, como ficou aqui sugerido, ela é algo em extinção e, claro, é sinônimo de tolerância. E quem a domina, quem pratica essa virtude obrigatória neste século é rei, é santo, é quase um deus. O que estou a lhe dizer pode até parecer coisa típica de escritor de autoajuda, mas não se engane, é algo prático, é algo vivido, verdadeiramente útil, não inventado para e unicamente o seu deleite espiritual. É algo concreto e mui relevante para esses novos tempos.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

SSMS (59)

Esse seu corpo, que um dia foi meu, por poucas horas, é verdade, aparenta uma saudável melhora. Ou será meus olhos torpes que teimam em ti ver  assim, tão tenra?

SSMS (58)

Oh, dúvida cruel: continuo cutucando até q se toque ou cutuco-a até q seu sangue negativo escorra sobre a pele alva e deliciosamente tenra?? A LUA CHEIA tenta..

SSMS (57)

O outono atípico tah quase no fim; agora, me diz, desde já, tu se lembrarás das ilusões q caíram diante dos teus olhos vermelhos ou crê num inverno ensolarado??

domingo, 19 de junho de 2011

Conjecturas ou uma parábola sobre o escritor de hoje

E é por isso que considero o escritor de hoje, o escritor do século vinte e um, como aquele corredor de Itaquera. Pois ele, só se exercita à noite, depois que chega do serviço enfadonho, mas obrigatório para sua sobrevivência. Ele prefere a companhia da Lua em vez da do Sol. E mesmo que há, onde costuma correr, uma calçada no canteiro central, espécie de ciclovia, curte correr ao redor desta, no acostamento mesmo, mas no sentido contrário, literalmente na contramão, prefere ter os carros a sua frente do que na retaguarda. Não sei se é estratégia ou insanidade, mas é assim que ele faz. Talvez se sente melhor assim, vendo os automóveis virem de encontro a ele; às vezes uns quase o atropelam, buzinam, contudo, acho, que a maioria dos motoristas o entende, respeitam-no. Não existe um espaço próprio para ele, por isso ele o cria, invadindo um espaço pouco utilizado. E está sempre só, nunca o vi correr com alguém. Será por opção ou não há alguém para correr junto dele? Não sei. Mas solitário ele é. E metódico, pois sempre faz o mesmo treino: faz uma meia volta como espécie de pré-aquecimento, depois uma volta completa de aquecimento, depois duas voltas rápidas, depois meia volta de descanso - essa ele a faz andando -, depois mais uma volta de recuperação e, finalmente, uma meia volta de recreação – ele sorri, às vezes. O cara, aparentemente, corre muito! E faz isso, pelo menos, umas quatro vezes na semana. Ele leva o treino a sério. Só para pra se alongar. E quando termina de se alongar, anda, até sua casa, curiosamente, pela calçada central, outrora ignorada. O que será que ele quer dizer com isso tudo? Definitivamente é um mistério, até para mim que o acompanha. Bem, acho que ele faz isso por gosto, ou por alguma necessidade que lhe é intrínseca, ou ainda por alguma ideia fixa. Enfim, é de cunho pessoal, uma manifestação física que acalenta sua alma. É um desabafo solitário. Um monólogo para quem quiser ver, ouvir e sentir estima. É algo autêntico, isso é fato, e graciosamente original.

sábado, 18 de junho de 2011

SSMS (56)

Boa-noite! Q seus sonhos se realizem de manhã bem cedinho. E se pesadelos tiver, peça ajuda aos carneirinhos. Cubra-se bem, tah frio! Beijo cálido na testa.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

SSMS (55)

Às vezes eu me pergunto: o q é q deu errado? Era apenas sexo e nada mais?! Talvez uma década de diferença seja sim muito tempo. As ideias batiam, a sociedade ñ.

Paquera reflexiva

Sou homem de muitos hábitos, não de óbitos, e um desses hábitos que eu mais aprecio praticar é a arte de paquerar. Curto xavecar moçoilas pela rua e, principalmente, de dentro de transportes públicos. Recentemente, vagão de trem virou meu boteco de todos os dias. Mesmo que dentro dele sofro um bocado, pago duras penitencias mesmo, dou um jeitinho de flertar. Até porque as moças, finas moças, que pegam o mesmo transporte que eu, o trem, são deveras atraentes, mui charmosas e interessantes. Adoro uma assalariada! Por exemplo, esta que estou admirando neste instante. Moreninha linda dos olhos castanhos claros e pequeninos. Veja como ela está toda envolvida em lã. Ela é uma graça assim toda felpudinha, na certa está bem quentinha. O frio aqui tá brabo! Essa calça jeans escura bem justa que ela usa é que nem legging, é um convite ao toque, uma boa tentação. Essa moça é quase uma amazona, pois par de botas já tem, só falta um puro-sangue entre as pernas. Sou voluntário. Aquele par de coxas renderia qualquer alazão orgulhoso. Cá estou de pé, e ela lá sentada. Acompanhamos juntos o balanço do trem. Eu a bisbilhoto de esguelha, e ela dedilha timidamente no aparelho celular. Parece que ela não notou meus olhares oferecidos, descaradamente oferecidos – agora eu a fito diretamente. Não deu resultado prático. Parto pra outra estratégia, contato direto não tá dando certo. Miro seu reflexo. As luzes de fora, da cidade, que passam velozmente pela janelinha, só emolduram, só realçam tamanha belezura cá próxima de mim. Hummm... Ela olha às vezes pra janelinha. Todo mundo curti uma janelinha. Logo, logo ela reparará no meu reflexo ereto e curioso. Batata! Ela se tocou. Percebeu enfim meus olhares cobiçosos. E, não sei bem ainda, mas acho que sou correspondido. Ela, agora, olha pra janelinha mais e mais vezes, mas, infelizmente, seu celular teima em atrair sua preciosa atenção. Se eu me aproximar mais dela, será que conseguirei algo mais direto? Se eu me aproximar mais, quase estarei me encostando nela. Melhor não. Ela pode se sentir ofendida, e até me acusar de atentado ao pudor! Não, definitivamente, vou continuar aqui mesmo onde estou. Distância segura devo manter. Que interessante: posso ver nitidamente a telinha do celular dela. Ela tá trocando mensagens. Mas com quem? Amiga? Irmã? Mãe? Ou pior, namorado?! Droga! Sempre me interesso por belas mulheres comprometidas. Calma, rapaz, calma. Você está exagerando, como sempre. Ela tá te dando mole agora, isso é fato, calma, mas ela não tá toda atirada, ela tá é bancando a difícil. Nem aquele seu reflexo me engana, ela tá é dissimulando. Mulher alguma é facinha. Bem, melhor assim. Olha, ela bem que poderia me passar o número dela via telinha do celular. Consigo ver bem os caracteres grandes que ela digita. Vai, filha, me mostra seu número! Ah, ela não vai fazer isso. Ela não parece ser tão maliciosa assim. Tenho que fazer algo logo, vou desembarcar em instantes. E ela teima com o celular... Maldito aparelhinho tecnológico! Acho que vou tacar o meu celular nela. Quem sabe assim ela me nota. Isso ainda é exagero. Ah, desisto. Paquerar hoje em dia requer outras manhas, outros apetrechos. Chegando em casa vou aprimorar cá uns macetes.

Uma pegadinha

E ela se segurou no meu braço. Quase caiu depois que o trem deu aquele popular solavanco, mas não, segurou no meu braço com força, deu até um gritinho. E só. Não disse mais nada, nem um obrigadinho acompanhado dum sorrisinho acanhado. Que nada! Continuou com aquele fone no ouvido; pros lados não olhou, cabisbaixa ficou. Essas moças de hoje não sabem mais agradecer ou se desculpar. Até pra paquerar ficaram meio que tontas. Perdem cada oportunidade de ouro pra tirar o atraso ou curtir um bom-bocado. Cadê as meninas espertas? Cadê as educadas e as mais ousadas?? Mulher com ‘M’ maiúsculo tá difícil de ver, só vejo cada mulherzinha por aí.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

SSMS (54)

E desse jeito aí tu vais levando, mas diga-me, por favor, até qndo pra vc perceber - de novo - q ñ estava feliz? Esse teu Amor é tão bobinho e gostosinho assim?

SSMS (53)

Sabe, por tu estares tão escorregadia ultimamente, desconfio q vc anda tramando algo ou envolvida numa fria. Mas seja soh tipo ou esse seu mistério é atraente!!

SSMS (52)

Saudações, cara amiga cativa! Espero que esteja gozando de boa saúde e humor, pois cá estou lhe desejando um bom-dia! Sinto tua falta; mas ainda anseio ti ver.