quinta-feira, 21 de julho de 2011

Humanamente demasiado

Uma vez me disseram que os sonhos não se realizam, não importando o que eu fizesse, nem o quanto eu me empenhasse. Eu ficaria triste até o fim da vida, pois a vida é triste, disseram-me.

Hoje, mesmo com os sonhos não realizados, vejo-me mais feliz, mais bem de vida do que aqueles que me disseram que os sonhos não se realizam. Vai ver sonhar não traz felicidade mesmo. Pode até amenizar a realidade cruel, espécie de aperitivo paliativo, mas o que nos torna bem-humorados, deveras satisfeitos são as conquistas não planejadas e sim surgidas por aí nesta estrada da vida difícil.

Eu não sei bem o que quero, mas sei o que tenho, tive e não quero ter. Conheço-me bem, mas ainda me surpreendo comigo mesmo – sempre noto novidades. Surpresas agradáveis e desagradáveis anoto – nem sempre a gente curti o que percebemos de nós mesmos. Sim, a vida é triste, difícil, mas é tão boa quando a aproveitamos à toa ou a gozamos com quem a compartilhamos numa boa.

E assim a nossa própria vida se torna um sonho, um sonho não realizado, como me disseram, mas um sonho vivido, como eu cá atestei e atesto. Sonhar é viver bem com alguém que nos quer bem, e até de bem consigo mesmo. Isso é sonhar.

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