Minha vida é um passeio sem
rumo
e, se durmo,
acabo trombando
no escuro
do absurdo
e sem juros.
Tenho crédito,
tenho tamanho agigantado
e ainda economizo muita
energia.
Deixo a conta corrente me
levar!
Sou (quase) dona do mar.
Vivo com alegria
apesar de ser desengonçada,
toda gelatina.
Sou água-viva.
Não sou sardinha,
mas sei que nossa taxa de
reprodução
e crescimento
tão ali no mesmo investimento.
Meu sistema de caça é
primitivo,
mas ativo,
pois exige contato direto com a
presa, o contribuinte.
Minha estratégia é diferente:
Insisto em ser lerda,
uma criatura lenta
e assustadora,
pois assim uso, de maneira
eficiente,
a energia obtida.
Sem arrochos
ou câmbio,
apenas poupando,
invertebrando...
E, num futuro próximo,
nesta oceanografia econômica,
serei dominante,
com alíquota líquida
e cheia de plâncton dos
acionistas
de anchovas oportunistas.
Referência:
MIRANDA, Giuliana. Águas-vivas
podem ser novas “donas” do mar, diz estudo. Folha
de S. Paulo. Ciência de sábado, 17 de setembro de 2011, C11.
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