segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um pouco do que vi no Ceará (4)

Frango fresco na bodega da esquina (Foto: Bruno Oliveira)

Uma fachada de Sobral (Foto: Bruno Oliveira)

Igreja da Sé de Sobral, em obras (Foto: Bruno Oliveira)

Minha vó, e companheira de viagem
(Foto: Bruno Oliveira)

Árvore de Natal na Praça Portugal de Fortaleza
(Foto: Bruno Oliveira)

Ela era toda de redes brancas e mudava de cor
(Foto: Bruno Oliveira)

Palmas no Monumento Natural das Falésias de Beberibe
(Foto: Bruno Oliveira)

Buraco da sogra no Monumento Natural das Falésias de Beberibe
(Foto: Bruno Oliveira)

Um pouco do que vi no Ceará (3)

Churrasco à moda sertaneja (Foto: Bruno Oliveira)

Seriguelas ainda verdes (Foto: Bruno Oliveira)

O bichano sem nome (Foto: Bruno Oliveira)

Baladeira ou estilingue (Foto: Bruno Oliveira)

Velhas companheiras (Foto: Bruno Oliveira)

Flora local (Foto: Bruno Oliveira)

A rosa do sertão (Foto: Bruno Oliveira)

Coco babaçu com pena de galinha capote
(Foto: Bruno Oliveira)

Manga rosa ainda verde (Foto: Bruno Oliveira)

domingo, 30 de dezembro de 2012

Um pouco do que vi no Ceará (2)

Minha prima Vanessa (Foto: Bruno Oliveira)

Ela é modelo (Foto: Bruno Oliveira)

Miss Meruoca 2012 (Foto: Bruno Oliveira)

Meu padrinho Zé Bandeira (Foto: Bruno Oliveira)

Ele costuma caçar no mato (Foto: Bruno Oliveira)
Ele já viu o Caipora, ou Homem-do-Mato (Foto: Bruno Oliveira)

Alguns dos seus instrumentos de caça (Foto: Bruno Oliveira)

Só mostro os que ele me autorizou mostrar (Foto: Bruno Oliveira)

(Foto: Bruno Oliveira)


Um pouco do que vi no Ceará (1)

A mãe (Foto: Bruno Oliveira)

Ciscando em família 1 - O filho desgarrado (Foto: Bruno Oliveira)

Ciscando em família 2 - A segunda rebelião (Foto: Bruno Oliveira)

Ciscando em família 3 - O retorno do rebelde
(Foto: Bruno Oliveira)

Ciscando em família 4 - Todos juntos enfim
(Foto: Bruno Oliveira)

Alerta de digressão!

Passados quase 30 dias do meu retorno ou, se preferir, passado um mês da minha volta, resolvi aqui compartilhar as fotos que lá tirei. Se não ficou claro logo de cara, meu caro, já lhe explico. Do dia 11 ao 30 do mês de novembro passado, eu estava de férias no Ceará. Sim! Eu, um paulista branquelo típico, estava tirando onda lá pros lados do Nordeste. Já logo resumo que foi bom demais! Vi e presenciei coisas deveras mui interessantes e instigantes. Aproveitei bem mais essa nova experiência, afinal, a gente nunca volta igual depois de uma viagem, uma boa viagem, não é mesmo? Dito isso, acho que valeria a pena publicar aqui algumas fotos que lá tirei e que foram tiradas de mim por lá. Como não tenho mais Orkut, não tenho Facebook e muito menos Twitter, cabe ao meu queridíssimo blog a peleja da divulgação. Sabemos bem que esse não é o foco dele, mas, como já mencionei acima, a viagem foi marcante, e essa experiência acarretou boas influências na minha vida e, consequentemente, contaminou, no bom sentido, os meus escritos. Então, espero que gostem do que vão ver por aqui. Aos poucos eu vou postando as fotos, ok? Aguardem.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Liberte o galinha que há em você

- Meus filhos, vivemos tempos difíceis, tempos imprevisíveis. O mundo não é mais como era antigamente. Vivemos uma era cuja renovação se faz necessária, cada vez mais necessária. Estes novos tempos demandam novas atitudes. Precisaremos de muita força espiritual para ajudar, para contribuir para com esta transformação mundial. Atualmente vivemos uma Era do Caos. E, sabemos bem, que depois do Caos surge uma Ordem, surge o princípio da vida e de todo o resto. Nossos atuais sofrimentos acabarão neste novo dia que se aproxima. Ninguém aqui ficará mais sozinho quando a Nova Ordem se manifestar. Dias prósperos se tornarão frequentes. A Solidão se extinguirá. O mundo que conhecemos não mais existirá quando vocês, e todos os demais semeadores desta terra, libertarem o galinha que há em cada um. O velho mundo está com seus dias contados. Falta pouco para ele se tornar passado – passado hipócrita do bom relacionamento entre os gêneros. O futuro é libertino! O futuro é o cafajeste do umbigo. O futuro é o cachorro orgulhoso bem alimentado. O futuro é o tarado do seu lado. Este tempo mesquinho de hoje se findará logo. O tempo opulente do amanhã se tornará constante graças à ideia de compartilhamento que vigora: o que é meu é seu também, o que é nosso é de todo mundo. Amarras e mordaças não mais existirão. O novo mundo que se aproxima é de libertação! Esqueçam tudo que vocês aprenderam. Esqueçam os conceitos, pré-conceitos, que a nossa cultura nos ensinou. Sigam vossos instintos; sigam aquilo que vós tendes no recôndito mais fundo de vosso ser; sigam vossos desejos mais ocultos, mais íntimos. Falta pouco pro mundo que conhecemos acabar. Não há mais tempo a perder. Temos que libertar o galinha que existe cá dentro da gente. Libertem o verdadeiro alter ego de vós mesmos. Deixem esse galináceo alçar voo e sair bicando todas as pequenas que aparecerem por aí. Sigam a verdadeira natureza de vós. Esqueçam os chifres dados e recebidos; esqueçam dos pés na bunda; esqueçam a possibilidade de serem pretendentes; sejam um cafajeste presente! Mostrem a pegada de suas patas. Arrastem asa aí afora. O mundo acabará, previu um maia aí, mas vocês não precisam se acovardar por causa disso. Não! A causa aqui é por algo maior. Nosso destino é gozar sem remorso. Consequências não existem num mundo pós-apocalíptico. Se já estamos danados, meus filhos, que a pegação se inicie. Devorai a carne com gosto! DEVORAI A TODAS!!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Status: inexistente

Pensar é surpreendente, principalmente se você alimenta, constantemente, esse hábito. Mas pensar, também, pode ser inconveniente, incômodo mesmo, dependendo daquilo que você pensou.

Por exemplo: às vezes me pego pensando em como minha simples existência não encaixa na vida que levo, ou carrego. Intuo que por existir aqui e agora acabo não agradando aquelas pessoas que me rondam. Parece que, por existir, essa minha presença física é algo desagradável a quem a presencia.

Para ser mais preciso quanto ao que estou tentando discutir aqui, assim, o negócio é o seguinte: não sou normal. Quer dizer, não sou um brasileiro típico. Não curto futebol, não curto telenovela e não tenho interesse pelas desgraças alheias – fofocas não me agradam. Digo isso porque o interesse da maioria dos concidadãos, donde vivo, versa sobre essas coisas. Por isso, quando me apresento logo com um assunto diferente, meus compatriotas me olham torto. Vai ver me acham um doido, sei lá, ou um puta dum chato, vai saber...

O fato é: sinto-me deslocado. Como se a vida que levo não fosse minha. Como se a vida que tenho, que é minha, foi de outro que me deu sem eu poder escolher. A gente realmente escolhe a vida que tem?

Esse papo me lembra do pouco que sei sobre Jesus Cristo. Não sei lá muita coisa, reafirmo. Porém, o pouco que sei, talvez, me ajude como exemplo. Ah! E já vou dizendo, sou ateu (como se isso fosse importante...).

Jesus não foi concebido, foi encarnado, no sentido de encarnar mesmo, tornado carne. Seu pai, mesmo onipresente, não se demonstrou presente fisicamente para ele. Deus é um pai ausente. Como o meu é (talvez isso sim seja importante...). E, mesmo que ele, Jesus, tenha seguido fielmente os preceitos desse pai distante, ele só foi junto dele na morte. Talvez, quando eu falecer, encontre o meu verdadeiro pai, ou outra coisa... Está lá, no meu registro de nascimento, mãe, fulana de tal, pai, inexistente.

Se Jesus, mesmo conhecendo seu destino, afinal, tinha lá suas relações com o divino, escolheu a vida que teve, e até a morte que acabou tendo, como eu devo proceder já que fui contemplado com a dádiva da vida? O que isso significa??

Certo, tu dirás, me falta um propósito, um objetivo; falta-me um algo pra me apegar de vez e não desagarrar jamais! Pergunto: mas isso é obrigatório? Isso faz parte do pacote ou eu posso combinar de outra forma isso aí??

Se eu estou vendo o incômodo que minha simples existência desencadeia, devo eu mesmo dá-la por encerrado? Papo estranho esse aí... Suicídio não combina com quem é vivo. Certo. Devo eu então eliminar os incomodados? Esse papo aí já é mais sinistro... Matar também não combina com os seres vivos. Quer dizer, minha existência não depende da morte de outro humanoide; não é questão de instinto de sobrevivência, é de simples convivência mesmo. E isso é igualmente complexo.

Se o incômodo que vejo nos outros é o fato de eu estar aqui, presente neste mundo, devo então agradá-los de alguma forma? Tipo: demonstrar interesse pelas coisas que esses curtem? Hum... Sei não. Aí estarei indo contra a mim mesmo. E mim mesmo não é lá tão amigável com quem deixa de ser a si mesmo pra satisfazer outrem.

Conviver é foda!

Conviver com as diferenças é difícil, mas possível quando se tem respeito, tolerância e discernimento. E eu tenho isso tudo! O problema é que os outros não têm. O que fazer então? Ignorar? Não se preocupar tanto? Difícil. A vida que há em mim clama por mais vida que vem dos demais.

Vai ver estou ruminando bobagens. Dirão: viva a sua vida e que se dane o resto; não se importe com que os outros pensam de ti, se é que pensam alguma coisa; a vida é sua, ora, não deles! Aí direi: certo, certo, está bem, mas a vida que tenho não me satisfaz; a vida dos demais também não me agrada em nada.

Vai ver a vida vivida é um nada perpétuo que se perde no além; é um arquivo inexistente depois da busca implacável no inconsciente...

Ah! Não adianta, eu não consigo!! Penso que se eu não estiver vivo, um aqui e agora inexistente, os outros seriam mais felizes, até mesmo eu.

Pensar coisas assim realmente (me) incomoda.

domingo, 9 de dezembro de 2012

O bebum da cara vermelha

Sexta-feira. Fim de expediente. Horário de verão local. São seis da tarde e o sol teima em queimar a pele flácida e pálida dos assalariados que ficaram o dia inteiro enfurnados em salas refrigeradas. As ruas estão cheias de gente; cheias de gente que pinga veio pelas glândulas sudoríparas – o sol castiga essa gente vespertina. A sede é gustativa e a cerveja paliativa. Ou convite obrigatório depois de uma semana caustica no escritório. É o happy hour! Ou a hora feliz pra você aí linguista que detesta neologismos primaveris. Toda sexta é festa. O bar, ou barzinho, é parada indispensável nessa hora de recreação. A necessidade clama por satisfação. Vários colegas se veem sentados sem pratos sobre a mesa. Garrafas e copos são compartilhados, gargalhadas e olhares são transmitidos – o prazer de liberdade é visível. E quase tudo nesta vida é imprevisível. Até o bebum da cara vermelha é discutível. Você não o encontra assim toda sexta, não. Ele surge de surpresinha, uma verdadeira gracinha! E nem sempre na cara de um conhecido seu ele aparece. O bebum da cara vermelha pode ser você ou mesmo eu. Ele se manifesta assim de moderado, não aparece logo de supetão. Ele é download na face via acesso discado, é programa viral executável. Ou um aplicativo gratuito sem restrições; um ícone rubro (muito) sensível ao toque. É a carinha smile etílicada. A pessoa que a tem é a melhor pessoa do mundo! Não manifesta irritação, estresse ou dor de barriga. É uma pessoa bêbada bem-humorada, mesmo que a namorada, ou o namorado, a tenha chifrado ao quadrado no quarto conjugado. O bebum da cara vermelha não pega criancinhas que tem medo de careta, ele não é o boi da cara preta! O bebum da cara vermelha pode até pegar umas ninfetas ou uns homens novinhos, bebezinhos, mas ele sempre pega uma dose de carinho – a birita lhe satisfaz a carência por gozo. O bebum da cara vermelha acha gostoso demonstrações de fraternidade! Amizades verdadeiras ele alimenta. Todo álbum de fotos tem um bebum da cara vermelha. Ainda mais nesses dias de redes sociais. Ele é aquele cara, ou aquela mina, que exagerou demais na balada prometida. O bebum da cara vermelha é aquela pessoa fotografada com uma latinha, ou copo, ou garrafa em uma das mãos; na outra, sempre faz um gesto saliente condizente com a emoção do momento. O bebum da cara vermelha é tudo isso e muito mais! Ele é aquele que agrada bonito e satisfaz. Ele é quase um papai noel de férias no nordeste!!

Bebe, bebe, bebe, bebum da cara vermelha!
Pede mais uma breja
e não se esqueça de dar gorjeta!!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Como nascem os deuses: uma saga

Quando eu fugi da Selva de Pedra,
Não imaginava existir abrigo mais seguro.
Eu estava em apuros!
Desesperado por uma Nova Era,
Desesperado por uma centelha pra ser só minha.
Porém, no fim, foi tudo mentira.
Cruzei céus, arranha-céus, em poucas horas,
Atravessei nuvens sem pudor, incolores
E, quando a chuva desabou,
Matei a sede gratuitamente –
Tem vezes que a gente fica contente
Só por se sentir presente.
Em território seu, quando pousei,
Logo fui atacado por hematófagos,
As bestas-feras me arrodearam –
Fui atacado sem dó!
De mãos nuas me defendi,
Sempre pensando nela, em seus possíveis odores
E no seu alento prometido...
Foi isso que me deu sustento.
Graças a essa ilusão saí quase ileso –
Poucas feridas apresento.
Em território seu, território hostil, retirei-me.
Retirante me tornei,
Peregrinei na terra desolada dela.
Terra quente e abafada essa,
Mas encantada era.
Linda mesmo de se ver.
Quando uma idéia alimentada –
Uma previsão de estação –
É constantemente invocada
Na cachola tola de um herói solitário
(ou mais um otário de passagem),
Tudo é lindo e colorido!!
Bobagem.
Fiz reciclagem, bati perna adoidado
Pra não esmorecer até ver o sol nascer,
Crescer
E renascer...
Fome quase passei,
Não me alimentei assim tão bem.
Sim, sacrifícios foram feitos...
Não teve jeito, partes de mim ficaram
Pelo caminho...
Muito sangue derramei também,
Por ela, sempre por ela, e
Por mim, e do meu, muito do meu também.
O desejo me estimulava;
Minhas provisões, escassas começavam.
Eu queria estar nas graças celestiais logo!
E quando me postei diante da
Sua Fortaleza de Sol, mesmo
Cego, suspirei.
De alívio, óbvio, sem remorso ou ódio no coração.
Mas a visão era ilusão,
O prometido não existia,
O que vi eram cinzas...
Eu ainda estava sozinho;
Eu estava diante dos escombros de um romance bobo.
A miragem que alimentei se fez presente,
Minha esperança se fez ausente,
E minhas forças me abandonaram:
Caí de joelhos sobre os destroços de um sonho em ruínas.
Meu corpo, desidratado, começou a vazar...
Pequeninas lágrimas escorreram
Sobre a minha face batida – lágrimas doces,
Iludidas.
E quando a primeira gotícula atingiu
O solo
Uma coisa estranha se sucedeu:
Um buraquinho foi se formando,
Minha lágrima, solidificada,
Pesada,
Foi se afundando...
De repente, uma tromba d’água!!
Fui arremessado longe.
A água não parava de jorrar,
Uma água doce e fria me envolvia rápido –
Eu estava muito cansado pra fazer algo,
Deixei a água me acalentar.
Boiando me deixei.
Eu não queria nadar;
Eu não estava assustado;
Eu estava é muito cansado –
O cansaço tinha superado o meu medo.
E sem medo e previsão alguma
A visagem apareceu.
A princípio pensei que fosse o Sinal da Morte.
Meus olhos marejados estavam semicerrados,
Bem abertos nessa hora ficaram.
O que vi, acima de mim, não tinha corpo,
Era um troço luminoso e vaporoso,
Que se deitou sobre o meu corpo boiante,
Ondulante,
Não mais um retirante.
A sensação era de conforto,
Um gozo delicado que me revigorava lentamente.
Esse troço tinha me penetrado pelos poros,
Sentia isso muito bem;
Sentia-me flutuar sobre o mar que se formara...
Adormeci além.
Quando dei por mim, parecia madrugada ainda.
Pude ver, ao me levantar, bem a minha frente, um filete
De Sol
Sobre a linha
Do Mar...
Olhei ao redor.
Estava numa terra amanhecida,
Aparentemente fértil e intrigante,
Havia Silêncio por todos os lados.
Só ouvia a mim mesmo:
Eu ouvia claramente meus pensamentos;
Eu ouvia minha respiração limpinha;
Eu ouvia as batidas calmas do meu coração...
O Sertão, onde me refugiei,
Tornei-o Mar –
O Mar das Dores Manifestadas.
Agora, o que me vier daqui pra frente encararei de
Alma lavada.
Quem eu sou agora já me basta.
O Novo Mundo é uma (a)ventura inesperada!!