terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Anotações de um bebum introvertido (13)

Ah, o chupão dado pela mulher amada! É o troféu que sempre me falta quando estou de ressaca. Queria eu tê-lo pra exibi-lo a gosto, sem medo bobo de perdê-lo. Maldito vício que só me traz desperdício!





Pernas pra quem te quero! É o que eu vejo neste início de verão. É cada coxão, meu irmão. Coisa doida de se ver a cada quarteirão que passo. Não me aguento! Eu mexo mesmo. Fico até na dúvida: qual que eu quero?? Ah, verão! Deus supremo da perdição!!





Paraíso sem par é um riso triste no Inferno.





Dê o cu a quem você ama. Se você não o deu ainda, bem, cê tem certeza do que cê tá fazendo??





Mulher que faz bico tem problema de umbigo.
E daí que ela não vai ficar comigo?
Só quero ser mais de um amigo,
Não tô bancando o mendigo.

Nada disso!
Tô apenas cortejando a pequena,
Que não tem pena de ninguém;
A tipa faz biquinho por achar qu’eu tô de sacanagem.

Bobagem!
Lhe quero tanto bem,
Tanto que já não sei bem se

O biquinho que ela faz
É de pirraça, de cachaça
Ou de disfarce pela graça.

Ah, como eu sou fanfarrão!
Faz-me falta um amor de verão...





E cá estou eu, mais uma vez, matando o tempo na cachaça... Por que insistimos em antecipar a morte, hein? Vida desgraçada essa minha que teima em ter a Morte como companhia.






Estranho... Quando saímos da cidade grande parece que o céu fica mais próximo da gente.





Uma mina, à noite, numa esquina torpe

A mina que bebe encostada no poste,
Faz pose de sexy pra quem passa com sorte.
Ela é daquelas que gesticula com os braços;
Cê tá ligado, ela tá afim duns amassos!!

Ela bebe despudorada a garrafa de cachaça;
Ela tá querendo ser imediatamente traçada!!
Ela alisa o cigarro duma forma estimulante,
Já, já o troço comprido ficará espumante!!

Basta chegar junto e combinar o programa,
Sem drama, meu amigo cínico, peça desconto,
Se achar preciso, ela vale cada centavo investido!!

Mas logo aviso: não se faça de tonto,
Pois ela não atura desentendido arrependido;
Ela capa o desgraçado que não paga o combinado!!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Ela passa

ela passa, olha e vai embora;
ela passa, não me vê, mas rebola
toda
quando
ela percebe bem o que pulsa, pulsa
quando
ela passa a toda
na minha frente
toda
sorridente

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O vampiro dos olhos verdes (2)

Eu os vejo no parque a brincar
Parecem me ignorar
Mesmo eu os observando constantemente
Eles parecem contentes
Mesmo esses quase sem dentes
Suas gargalhadas explodem feito pólvora –
Se alastram rapidamente pelo ar,
Pois insistem em brincar, brincar
Eu os observo e me sinto bem
A felicidade inocente deles
É meu alimento de hoje
Amanhã já não serão mais tão inocentes,
Mas ainda me serão úteis
Para este que vos diz indecente.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

FIM DE NOITE

Mai que loira bonita,
Sorridente,
Reluzente!!

Vejo-a vestida de vestido negro,
Noturno,
Soturno...

Todo ele é cheio de cruzes brancas,
Da borda da saia ao bojo:
A de Malta está por lá,
A de Cristo também está,
Até a dos Celtas lá se vêem!

E são várias, centenas dessas
Lá impressas,
Como se anunciassem
Uma sentença além:

EU SOU A MORTE, PRAZER BEM.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Anotações de um bebum introvertido (12)

Não se esconda; se exponha.





Não há tentação equiparada a um rabinho empinado numa leg preta bem apertada.





- Cara, eu já conheci mulheres com bumbum gelado, mas que o tremem quando sentem frio, eu nunca vi! Bem, quer dizer, até hoje, né.





Por favor, alguém me explique o sentido: quanto mais curtos os shortinhos utilizados, mais pudoradas as mulheres que os envergam!!






Em São Paulo é assim: quando você come num restaurante japonês, o som ambiente é um forró rala-coxa engraçadinho e a maioria dos fregueses, até os de olhos puxadinhos, só comem de garfo e faca!!





domingo, 8 de dezembro de 2013

Há uma entidade entre nós

Amor meu, não recrimine
O que existe entre a gente
Vai além do desejo físico persistente,
É uma espécie de comunhão dependente.

Somos dois corpos que se consomem,
Sem frescuras e preconceitos bobos;
Somos a tríade celestial, pois, entre nós,
Há uma entidade preceptora.

É ela que nos envolve quando a nossa temperatura sobe;
É ela o terceiro elemento no meio do nosso gênero;
É ela o catalizador do nosso prazer com muita dor.

Amor meu, não seja cética!
Essa nossa entidade de concubinagem
Ganha forma viscosa quando sucumbimos à sacanagem epilética!!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Três loiras tristes

Três loiras tristes não comem uma tigela de trigo
Três loiras tristes, aliás, não comem nada
Nem sequer um punhadinho de alpiste
Três loiras tristes sofrem de sinusite,
Amidalite, hepatite, meningite de gergelim
Três loiras tristes tão doidas de danar,
Se dessem o fiofó e não ficassem de trololó as
Três loiras deixariam de ser tristes e
Não teriam mais sinusite, amidalite e demais tiques
Três loiras tristes trepam torto no tripé
Tem loira que não sabe fazer cafuné
Quer saber a verdade?
Três loiras tristes não passam de
Três morenas amuadas cuja progressiva ficou encharcada!
Tudo isso é realmente triste...
Falta no mercado loira natural
Que curte um bom pau bem intencionado
Só encontro loira falsificada que não aceita entrada!!
Tá difícil ganhar crédito parcelado em
Três loiras tristes
Black Friday é o caralho!!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O vampiro dos olhos verdes (1)

Ah, a Amizade!...
Sentimento bonito de se ver
Bem diante de você
Ou aí ao seu redor...
Ela te faz uma pessoa melhor!
Mas quem não a tem,
Se estraga, se arruína
Numa praça
Cercada de sombras sinistras
E desilusões...
- Sou o vampiro dos olhos verdes
Que se alimenta dessas
E de outras
Emoções...

domingo, 1 de dezembro de 2013

A amazona de vestido florido

Não estava no rio Amazonas,
Tampouco à beira do São Francisco,
Estava mesmo próxima a um rio feio de doer;
Estava às margens do Tietê!

Ela não estava aos panos e farrapos, não.
Trajava um vestido curto, inseguro
E todo florido em seu conteúdo.
Seu porte era de invejar:

Ombros largos, braços fortes,
Postura firme e coxas idem,
Pés descalços e cabelos negros...

Cabelos longos... Muito longos,
Que me fizeram esquecer o nojo
E me render aos encantos da Primavera!

domingo, 17 de novembro de 2013

Soneto aparente do marido honesto

Amor da minha vida,
Amo-te assim em desvalida,
Quero-te assim toda imperfeitinha!
Não me faça essa cara de emburradinha.

Você, como ninguém, exibe bem as coxinhas,
E daí que elas estão avariadas,
Todas sulcadas a ver varizes??
Te amo assim em cicatrizes!!

Meu bem, não faça caso,
Você é linda de barriguinha
E de pés inchados!!

Você, amor meu, é minha mulherzinha,
Minha esposa querida e amante fiel,
Deixe de besteiras e me dê logo uma bicotinha!!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Sabe?

(...)

Quem sabe, sabe.
Quem não sabe,
Finge que sabe (que sabe).
Quem não finge, não insiste
Porque sabe que insistir (no que não sabe)
É melhor do que fingir que sabe.
Afinal, quem acha que não sabe,
Sabe muito e muito bem!!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A confissão do tarado mal compreendido

Confesso que olho a Mulher alheia,
Admito que noto os corpos Femininos,
Não nego minha tara pelo Sexo oposto,
Sou sim um puta de um guloso!
Não consigo evitar,
Já faz parte de mim
Essa vontade louca de fornicar assim!
Podem me prender,
Podem me julgar,
Podem até me condenar,
Mas não reprimo o que sou!
Não tenho vergonha desta vontade latente,
Não escondo de ninguém o meu desejo indecente,
Sou assim, vocês que me aguentem!
Não sou promíscuo, vulgar,
Eu apenas quero agradar
A todas às Mulheres que passam
E me apetece ver!
Não penso só em foder com Todas,
Penso no prazer qu’eu posso oferecer,
Penso na felicidade Delas ao me receber.
Quero mesmo agradá-Las do que me satisfazer.
Toda Mulher é uma Deusa,
E eu, como servo,
Tenho a obrigação de fazer as minhas oferendas!
Que Elas tenham piedade de mim
E que o Sexo seja louvado!!
Amém.

domingo, 10 de novembro de 2013

Conformando-se com a própria felicidade

Todo dia é um novo dia
E cabe a você fazer,
Deste dia,
O melhor dia da sua vida!

Tarefa difícil esta que vos digo,
Não há dúvida nenhuma quanto a isso,
Porém, veja bem, veja melhor:
O dia só fica pior porque tu o queres assim.

Deixe de frescura e teimosia,
Que tal aproveitar melhor este dia
Que é teu e de todo mundo??

Passe-o com alguém que te quer bem,
Ou contigo mesmo, sem ninguém,
Aproveite a felicidade que você já tem.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Vagalume solitário

Não sou bem quisto pelos meus pares,
Não me banco de palhaço,
Nem faço tudo que me mandam
Apenas pra agradar, sem pestanejar.

Sou só eu mesmo,
Esse ser tranquilo e indecente,
Que prefere complicar a informar,
Pois questionar é o que há.

Me chamam de chato e folgado,
E confesso que fico pouco puto com isso,
Mas só de vez em quando.

E não passa disso,
Não fico chorando
Aí pelos cantos; fico iluminado.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Reminiscências

Às vezes, o desânimo bate
E bate forte, nocaute!
E quando estamos lá no chão,
Lá na lona da desilusão,

Surge furtivamente uma reflexão:
Perdi, apanhei feio,
Fui humilhado diante de milhares,
Mas, curiosamente, não sinto mais dor.

A dor findou diante da glória alheia;
Eu sou o derrotado, o perdedor,
Mas sequer sinto a tal da dor.

Não sinto nada ao meu redor,
Só sinto muito um vazio pungente,
Deixado pela companheira displicente.

Nada com nada

Não te chamaram,
Preferiram fazer sem você,
Você foi rejeitado,
Talvez até nem pensaram em você.

Fizeram o que tinham de fazer,
Mas sem você.
E você o que fez, hein?
Nada! Você não fez nada!!

Você ficou inerte, apático,
Você ficou se lamentando
Na lama do acaso vago.

Vacilão! Não percebeu ainda
Que é você mesmo o responsável
Por tudo que acontece? Esquece.

AZEDOU O PÉ DO FRANGO

Se uma coisa não vai bem,
Logo dizem: FODEU
Se uma coisa ali vai mal,
Logo dizem: LASCOU
Se uma coisa complicou,
Logo dizem: AZEDOU
E se algo AZEDOU,
E o migué não adiantou,
Alguém precisa dar no pé,
E o quanto antes,
Se puder!
E se ninguém assim não se comprometer,
Assumir a culpa, sabe, pra valer,
O frango será a bola da vez.
Quer dizer,
Se algo aí engrossou,
Você agora diz:
AZEDOU O PÉ DO FRANGO!
E assim, meu querido assado,
Se nem o pé do frango
É mais comestível,
Isso quer dizer que você tá perdido!
Tua batata da assando, meu caro;
Cê tá fodido e lascado ao quadrado!!
Coitado...
Vende logo os bagos, seu desgraçado!!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O infinito além da ave

Ultimamente ando vendo demais
Coisas que não me satisfaz:
Ando vendo símbolos renascidos;
Símbolos do Infinito além do umbigo...

Parece até moda desta geração,
Ando vendo Fênix de montão.
Vejo o mítico pássaro tatuado em pele alheia,
Noto o oito deitado em pêlo crespo.

E são todas mulheres os suportes desses símbolos,
Todas mui jovens ou desejando o ser.
Não vi homens com esse querer.

Qual será o enigma por de trás da intenção?
Por que as mulheres de hoje desejam a ressurreição?
Elas já não sabem da nossa perdição??

Um bom-dia antes do dia

Às vezes, acordar cedo, não tem preço.
Se você madruga, todo dia, para
Ir trabalhar, sabe muito bem que se atrasar
Não dá.

Mas tem vezes, raras vezes, que você se atrasa,
Ainda mais se divide a casa
Com alguma namorada ou
Com a danada da cunhada...

Aí, de manhãzinha, já lhe jogam a calcinha
E você, sonolento, acorda não acreditando,
Mas desperta de penetra ao sentir o cheiro da tcheca!

Aí, meu amigo, você curte gostoso o presentinho,
Que lhe foi dado assim de carinho
E você vai trabalhar exibindo um bobo sorrisinho.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O eu que o mundo gostaria que eu fosse

Não é sempre que a gente se encara de frente. Ainda mais quando o encontro não é discursivo e sim físico. Explico: dia desses trombei comigo mesmo na rua. Esse eu não me notou, fui eu que o notei. E imagine você o susto que eu levei! Eu estava de boa pelo centro, fazendo os meus rolês de sempre, quando avistei a mim mesmo doutro lado da rua donde eu andava, era o outro eu. Congelei na hora de susto, óbvio. Impossível uma coisa dessas, pensei. O outro eu estava bem ali doutro lado da rua, também, aparentemente, andando de boa pelo centro. Pensei em segui-lo, pra ver aonde iria aquele cara com a mesma cara minha. Mas não. O espanto era tanto que, quando me dei conta de mim mesmo, eu já estava correndo na direção desse meu outro – eu queria interpelá-lo, arrancar-lhe algumas informações. E ele se assustou quando eu o puxei por de trás. E assim, bem de frente com esse outro eu de mim mesmo, percebi que esse era mais alto do que eu. Como? Percebi também que ele era mais forte, ele tinha outro porte, ele era mais magro também e, incrédulo, vi, nitidamente, que ele estava com os cabelos molhados, bem penteados, ele estava usando perfume, sentia um cheiro agradável, mas estranho vindo dele, ele não tinha barba, ele estava todo asseado, suas roupas pareciam saídas recentemente de uma lavanderia administrada por Minerva e Netuno. Eu reparara nele assim, sem lhe falar uma palavra e ele também me olhava. Á princípio, esse outro eu, me olhou espantado, contudo, conforme me via ali parado, defronte dele, sem lhe falar nada, esse eu foi esboçando um arqueado sorrisinho... E quando finalmente emiti uns sons indecifráveis para começar a falar com ele, esse eu de mim mesmo soltou uma estrondosa gargalhada (!!), e ele ria e ria cada vez mais alto e mais alto, e se dobrava todo no meio de tanto rir e rir e rir. Voltei a ficar pasmo. E eu olhava aquela figura encolhida em si aos risos, rindo de mim, seu outro eu. Senti vergonha de mim mesmo ali. Senti que eu estava mangando de mim mesmo. Senti ódio daquele outro eu. De repente ele se endireitou, não estava mais aos risos. Ele me olhou de cumplicidade, e disse-me: eu sou o seu eu que o mundo gostaria que você fosse, mas, como vês, eu já sou esse eu. Você, meu amigo, é esse mesmo que você é, conforme-se com ele. Adeus! E esse meu eu foi-se embora, não o segui com os olhos, apenas fiquei parado ali, atônico, ainda abalado pelo que aquele meu eu me disse; fiquei ali parado pensando comigo mesmo, sendo aquele eu mesmo.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Anotações de um bebum introvertido (11)

Bebo pra aplacar o desejo. Coisa inútil essa que eu faço, pois, quando bebo, fico cada vez mais eriçado!!





O bar é o lugar aonde as almas carentes se encontram.





Uns bebem pra esquecer, outros bebem até se foder, mas eu não, apenas bebo pra rearranjar as idéias desconexas que andam me fodendo.





O bronzeado tenro que vejo a minha frente é bem melhor que o dourado que bebo complacentemente.





Quando os hospitais forem maiores que os shoppings, aí sim saberei que o meu país é um país civilizado. 





A gente compra pra preencher aquele vazio que a gente sente, mas não sabemos bem dizer o que ele realmente é.





sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Verão na primavera

Verão na primavera é coisa indiscreta;
É coisa que se vê logo de manhã pela janela.
Quem mete a cara por ela já avista uma passista,
Toda serelepe dando sinais encantadores de vida.

A passante é mina de respeito,
Que exibe satisfeita a dádiva da natureza,
Ou que foi bem paga num salão de beleza,
Ou ainda fruto d’uma mesa mexeriqueira.

Seja lá como foi, não importa, a mina é gostosa!
Não tem como negar, ora bolas!!
Posso soar machista, mas canto a verdade.

Isso passa na cabeça de qualquer homem da minha idade.
As feministas aí podem até me reprimir,
Mas eu só estou cantando de colírio para um colibri.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fim da DR

(...)

De resguardo fiquei a ti esperar –
Preocupada fiquei quando você não apareceu
Triste fiquei quando percebi o motivo
Sozinha, chorei
Chorei baixinho,
Chorei pouco.

Levantei da cama muda,
Troquei a roupa suja,
Bati à porta da vizinha do 32
Precisava de ajuda
Para dar fim imediato
Do teu corpo todo ensanguentado.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Tamara, tamarindo, tico-tico (versão lésbica)

Tamara,
Tamarindo,
Tico-tico

Tamara sempre foi muito sexual
Nunca teve sensualidade
Nem mesmo na flor da idade
Tinha era mesmo um fogo por todo o corpo
Que se espalhou por toda a cidade...
Tamara não tinha amenidades
Tamara era um animal de coitos fugazes

Por isso, experimentou tudo aí que lhe foi aparecendo
Tamara não foge d´uma buceta negra
Em pêlos crespos, crescendo
Tamara até já chupou cacetes, mas não gostou
Tamara prefere as xerecas carecas de vinil

Tamara tem tatuagem no quadril
E se exibe amuada
Para sua namorada
Quando tem certeza
Da sua desgraça...

Tamara é complicada
É tipo homem sem calça, sem barba
Mas muito macho que só vendo
Tamara não aceita brincadeiras
Nem mesmo quando se dá no recreio

Tamara,
Tamarindo,
Tico-tico

Tamara não é pirulito que bate-bate,
Mas já bateu umas pra mim
Temos lá nossas divergências,
Mas me ama assim, assim

Tamara curte rock progressivo...
É feminista sim, de ouvido –
Puta com vergonha que não morde fronha,
Mas é do tipo de mina que curte coisas ditas ao pé do ouvido –
Ditos assim sem-vergonha, manja?

Tamara não curte tâmara
Vai mais de câmara
Tamara chupa tamarindo
E cospe sinusites rindo

Se lhe passa um passarinho
Já logo imagina um tico-tico
Não por ser pequeno,
Mas mais por ser vermelho –
Plumagem rubra de desejo

Tamara,
Tamarindo,
Tico-tico

...

Se há algo de bom nessa história,
Que mais parece uma novela sem glória,
É esse “amor anormal” que ela tem
Por mim não, claro, veja bem
Ela tem uma namorada,
Ela trabalha como uma condenada,
Mas ainda sorri quando vê surgir
 O beneditino do tico-tico que insiste em lhe corrigir...

Belém, Belém, Belém
Quem sabe bem quem és
Não esmorece com o peso sobre os próprios pés.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Dá trabalho ir trabalhar

Ir trabalhar dá trabalho
Quem aí pega condução
Sabe bem do que eu falo
Não se faça de rogado,
Transporte público
Em São Paulo
É uma merda!
É um sofrimento du’caralho
Para quem o pega a todo horário.

Não adianta muito acordar cedo
Se ele não se atrasa, ele quebra, o desgraçado.
E todo mundo aqui tá ligado!
Se ele vem assim sempre lotado
É porque o danado tá defasado
Ele não suporta mais gente que dá duro no trabalho
É tanta gente assim decente que ganha o salário suado
Que, quando entra em uma condução,
Às vezes perde a razão, perde o juízo,
Mó confusão!!
Diante de tanta gente assim indecente,
Pois lá dentro esses se apertam,
Se espremem bem,
Se esfregam todos e
Suam muito pra burro também.

A vida é dura de injusta
Para aqueles que escolheram
Trabalhar correto em vez de roubar direito.

Todo dia é sempre assim:
Dá trabalho ir trabalhar.

Nunca isso aqui há de melhorar!
O nosso transporte público é um dos piores do mundo
Mas tem algo aqui que todo mundo aí tá cansado de saber:
Se quebrarem uns e outros por lá,
Veja só que coisa linda pode acontecer:
A condução funcionará direitinho,
Bonitinha se moverá,
Pois é de medo que esse serviço engrena
Rodará redondinho que dará gosto ver
Basta mover uma ação
Quebrar tudo é opção
Condene se necessário for,
Reprove a todo vapor,
Manifeste-se, por favor!
Não basta uma greve a cada estação
A solução é lutar por um direito
Que dizem estar na constituição
Bobagem,
Vem mesmo do coração
Essa bomba-relógio de centro-esquerda.