terça-feira, 21 de maio de 2013

Quando eu me confesso sai, mais ou menos, estas coisas:


Meu destino é pecar
debaixo do altar
ou do confessionário salutar

Minha sina é sorrir
diante da Morte porvir
(aquela que insiste em sorrir pra mim)

A vida toda eu lutei
pra não esmorecer
ou me arrepender
de todas as coisas,
inúmeras coisas,
que fiz consciente
ou meio inconsequente...

Não sou lacaio do acaso
faço tudo que faço
de bom-grado
e deixo meu recado
por onde passo,
marcado,
sem atraso
ou
desculpinha
indecente
de causo

Eu até vislumbro as consequências
de meus atos,
mas, contudo, porém, entretanto
nos altos e
arautos meus desta
vidinha minha citadina
- cretina em cidadela –
sem cinderela,
não arredo meios
ou aperto arreios
pra fazer aquilo tudo que
deve ser feito;
não de qualquer jeito, claro
mas feito,
bem feito,
diacho!

A feitura é minha arquitetura,
minha alma-gêmea,
que geme,
complacentemente,
diante do coro
ou coral
corado e
abismado
cá mesmo neste nosso
metro quadrado
encubado
ou,
simplesmente,
endiabrado

terça-feira, 14 de maio de 2013

Aprendendo a cozinhar


passei o mês assado
bem passado passei o mês
que passou
e não voltou
apenas passei
mas chorei também

passado quando volta não faz bem
mesmo que esse bem,
outrora meu bem,
fazia-nos um bem danado
no passado,
é claro
hoje,
é desalmado,
desgraçado,
tipo um mal necessário

sim,
um mal necessário
pois quando volta o antes morto e enterrado,
a gente finalmente percebe
o quão idiota a gente foi;
a gente cai em si diante da bobagem que a gente
mesmo alimentava
e teimava
em estar acompanhada,
sempre desavergonhada

perceber isso é muito bom!
se tocar nos faz um grande bem
sacar claramente aquilo que
a gente tanto quer na pessoa que não tem aquilo que
a gente tanto quer
é maravilhoso!
gostoso mesmo
melhor que isso é ver aquilo (que a gente tanto quer)
naquela outra (pessoa) que não tinha
nada haver com isso ou aquilo outro

passei tempo demais no desgosto,
passei do ponto,
de novo,
mas valeu a pena cada minuto a mais,
sabe

hoje,
eu sei que aquilo que pegava fogo,
e me queimou,
esfriou e se extinguiu
queimado estou
mas
mesmo nas cinzas
ainda vejo o Amor



e Ele queima devagar,
sem presa pra cozinhar,
e o cheiro dele é delicioso!

já, já o
silvo,
sorvo e
sirvo
de novo
de
novo e
de novo
e