sexta-feira, 28 de junho de 2013

Meu amor é meu e de mais ninguém

Meu amor é meu e de mais ninguém
Ninguém daí sabe o quanto chorei
Pra tê-lo aqui
Bem próximo de mim

Meu amor é meu e de mais ninguém
Aquela zinha tá por fora!
Por isso, desde já a mandei embora
Rameira cá adentro não fica
Aquela pica é minha!

Meu amor é meu e me preenche por completo
Meu amor alarga minhas fendas abismais
E não esmorece enquanto soca as paredes celestiais
Fruto disso mais um feto
Rebento querido peremptório
Trouxe-me muita dor, dolorido ficou
Mas mais um amor brotou

Meu amor é meu e de mais ninguém
Alimentei o fruto
Sacrifiquei a semente
Sem esporro daqui pra frente

Meu amor é só meu e de mais ninguém!
Ele é meu precioso,
Meu tesouro;
Ele é minha pequena redenção
E quem arrancá-lo de mim
Assim de supetão
Vai falecer que nem o falecido
(meu primeiro amor exclusivo)


Meu amor é meu e de mais ninguém!!

sábado, 22 de junho de 2013

Porque não me revolto, segundo o meu analista

Diante do que vi não posso ficar calado. Por isso, aqui, neste espaço, minha voz será mais um monólogo, dentre os muitos aí já publicados e comentados. A grande questão da semana (ou da minha vida) é: por que não me revolto?

Nesses dias transcorridos presenciei diversas manifestações pelas ruas, ao vivo pela televisão e ao vivo também diante dos meus olhos (!). Eu apoio esse tipo de iniciativa. Sou a favor dos protestos em prol de uma mudança significativa. Se algo aí na sociedade, tanto na esfera pública quanto na privada não cheira lá muito bem, temos o direito e o dever de nos revoltar. Quem tem idade e consciência cívica suficientes sabe disso. Eu sei disso!

Mas então por que diabos eu (e você) não participei (participamos) da luta por mudança? Por que não protestei (protestamos) também? Por que não fiz (fizemos) parte daquele grupo, daquela massa de pessoas (jovens) que estavam indignados com as coisas erradas, absurdas que estavam (estão) acontecendo??

Covardia? Talvez.

Alienação? Não sei bem.

Não fui porque tinha de trabalhar. A necessidade, a obrigatoriedade de sustentar a minha família ecoou mais alto na minha consciência assalariada. Eu e você somos obrigados a trabalhar. Não conheço quem trabalhe por voluntariedade, por prazer único e verdadeiro de dedicar o seu precioso tempo numa atividade diária sem retorno financeiro. Quem trabalha, trabalha pra se manter vivo. Quem trabalha tem ciência da sua obrigação nesta vida. Agora, quem protesta é o que? “É vagabundo!” Uns aí dirão, pois quem está lá no meio d’um protesto “é quem não tem mais o que fazer”. Que tipo de pessoa, se for mesmo uma pessoa que alimenta esse tipo de discurso, diz essas coisas? Quem diz essas coisas parece se esquecer do poder que o ato de protesto tem. Se eu escrevo e você aí me lê é porque alguém no passado se revoltou. Todos nós somos filhos da revolução. E como todo filho, um momento ou outro dessa nossa vida de filhote, acabamos optando pelo discurso destoante dos nossos pais.

Não protestei porque não quis.

Não protestei porque fiquei com medo.

Sim, medo. Medo de o patrão descontar esses dias de revolta do meu holerite mensal. Prendi-me a essa obrigatoriedade por necessidade. Se me libertar agora, não poderei alimentar aqueles que me são queridos, meus dependentes.




...




É por isso então que não me revolto?

Convenhamos, dá pra perceber pelo meu discurso que você (eu) está insatisfeito com alguma coisa. Assim, você não precisa fazer parte de uma massa revoltada para legitimar a sua indignação. A sua revolta se dá, se mostra de uma outra forma. Suas objeções são de natureza interna. Seus protestos são mais íntimos.

Você não se revolta daquela forma porque sabe, inconscientemente, que aquela forma não condiz com você. Aquela forma de manifestação não é a sua praia, não é da sua natureza. Você é mais comedido. E isso não quer dizer que você seja acomodado. Não mesmo! Você é introspectivo. Você prefere o campo das ideias aos campos abertos da luta armada.

Sinceramente, eu tenho a convicção de que você não acha aquilo lá algo inútil, sem sentido. Tenho certeza que você vê aquilo e não participa porque prefere ficar só, no seu canto. Você não se sente bem em meio a multidão. Você prefere espaços vazios para poder preenchê-los com suas ideias. Você só é mais um idealista de livre arbítrio. Apenas isso e nada mais.

Por isso, não se sinta mal por não fazer parte daquele grupo de manifestantes. Você conhece o motivo da luta deles. Você só poderia se sentir verdadeiramente mal se abnegasse, se se omitisse diante da necessidade urgente. Você tomou partido, de certa forma, não tomou? Então, cabe só a você fazer a sua parte dentro da sua capacidade. Bola pra frente! Vai fundo. E não se preocupe tanto assim consigo mesmo.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Fofoca

Ah, fofoca...

Bendita sejas tu entre as mulheres (ou seria maldita sejas tu entre elas?).

Tu, fofoca, és inocente.

Culpadas são essas que disseminam certas ideias entre orelhas quentes.

Geralmente são embusteiras essas que reproduzem pareceres equivocados, que não são verdades, mas mais mentiras por cada metro quadrado (ou seriam inverdades de quarto conjugado?).

Toda fofoca é um causo mal contado?

Ou seria um caso não investigado?

Existe fofoca verdadeira, isso é fato.

Mas nem toda estória ouvida ao pé do ouvido é de fato vivida, a maioria é inventada de imediato, de improviso, ou friamente calculada e espalhada pra caluniar alguém que desagrada.

Ninguém gosta de fofoca.

Mas todos curtem uma feito paçoca.

Tem gente que é viciado nesse tipo de coisa.

E não falo aqui de viado, não.

Falo lá da gente maledicente atrás da porta, esses empertigados de tocaia (ou seriam lacraias salafrárias?).

Fofoca a gente não mata feito barata.

Fofoca tá mais pra lagartixa na parede.

Dessas que lhe cortam o rabo, mas ele volta a crescer mais claro e mais longo (coisa medonha).

Bicho peçonhento não morre com facilidade e a fofoca é um bicho desse tipo.

Fofoca é lambisgoia, parlapateia e se contorce toda sobre as línguas venenosas.

E esse veneno, que escorre das bocas podres feito chorume, é fértil sem dúvida alguma, porém, aniquila, esteriliza qualquer boa reputação aí à vista.

Fofoca é réptil que devora suas vítimas dando mordidinhas, não a devora de uma vez, não.

Fofoca não é fofa; não é foca de circo itinerante com bola colorida no focinho.

A fofoca é circulante.

A fofoca é foda!

É o cuzinho queimado nas rodinhas das meninas; é batata assando fora do forno; é indecência demais até para um libertino.

Quem faz fofoca não sabe fazer outra coisa.

Não sabe sequer cuidar da própria vida. Talvez nem tenha vida.

Todo fofoqueiro (ou fofoqueira) é meio zumbi.

É um morto que não morre, que está em decomposição, fedendo pra chuchu, e que teima, insiste pra caralho, numa coisa que não é nem tão importante assim!

Fofoqueiro é pipoqueiro que não vende pipoca.

Aliás, quem fofoca é que nem pipoca que caiu no chão.

É aquela, sabe, que a gente não come, e quando é pisada, gruda no nosso pé.

Um saco tudo isso.

domingo, 2 de junho de 2013

Anotações de um bebum introvertido (6)


Sexo tem que ser sem vergonha.





Cara, um homem de ferro não é nada comparado a uma mulher de fogo.





Ah, maldita sina açucarídea! Sempre atraio os olhares esfomeados das gordinhas!!





Ah, esses atordoantes olhos apaixonados que me lançam... Se soubessem o quanto eles ferem minha dissimulada timidez.





Dessas mulheres que passam, fito seus semblantes de preocupação em busca do que há de aflição em seus corações, mas não vejo nada, apenas uma parede opaca.





Só se ama uma vez, mas sempre pedimos replay.





É triste. Realmente é muito triste uma gatinha só de olhos no seu celular de estimação... A paquera já era.