quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

21, 22 e 23: três dias de nonsense

- Tá olhando o quê?!, de Mark Bridger (Foto: Grosby Group)


Engradado engraçado

- Ah, essas coisas desagradáveis que deixamos de fazer para não desagradar aqueles que nos desagradam constantemente... Por que nos reprimimos tanto assim, hein? Agradar ou ser agradável é tão importante assim?!




Sapiência

Hoje em dia, o sapo não lava mais o pé porque não quer, mas sim porque ele, o sapo, não tem mais dedo nenhum no pé e na mão pra lavar o que sobrou do pé ou da mão (!); o sapo-martelo ou sapo-ferreiro sem suas indispensáveis ferramentas de sobrevivência, ou seja, sem os seus membros, é só mais um hipster mutilado.




Alpinistas suicidas

galgando as dobras da bota preta, logo deslizamos no jeans azul bem lavado até o quadril largo e redondinho, ali enrolamos por um tempo, nós estávamos sem pressa; depois continuamos subindo rumo ao topo da top, escalamos cada linha horizontal tricotada na blusa quentinha apresentada, balançamos até a cabeça pegando impulso no primeiro brinco longo que avistamos, de lá de cima, no cume do crânio alisado, não tinha mais pra onde irmos, estávamos sem saída, então escorregamos de propósito e caímos certeiro entre os belos seios(.)!(.) morremos felizes:):)




domingo, 20 de janeiro de 2013

A ciclista escarlate

É domingo. Já passa das três da tarde. E faz um puta sol lá fora, na rua. Eu cá acabei de almoçar; estou só curtindo o movimento da Rua Augusta enquanto dou uns goles na minha cervejinha geladíssima. Domingo é sempre assim: sem nada de estressante, ou que enche o saco, pra se fazer; eu cá só de boa numa mesa de um bar amigo. E que se foda todo mundo! Tô aproveitando, do meu jeito, este dia vagabundo. Fico só dando uns goles na breja e fico vislumbrando as bundas femininas que sobem e descem satisfeitas a minha querida Rua Augusta... Às vezes descem uns skatistas rumo à Praça Roosevelt, às vezes sobem uns ciclistas em direção à Avenida Paulista... Agora a pouco desceu a ciclista escarlate. Se tu, amigo leitor, não sabe quem ela é, fique tranquilo, já lhe digo, deixe-me dar só mais um gole... Pronto! Bem, o causo é o seguinte: cá nas proximidades, no Centrão, a figurinha da ciclista escarlate é sempre visível. Aliás, não tem como não vê-la. Montada naquela bike rubra seu rabo piscante é visto de longe – ela tem uma luzinha vermelha acoplada no selim da magrela, e ela, a luzinha, fica piscando constantemente, isso é uma medida de segurança, tu tá ligado, mas isso não deixa de ser algo parecido com um vaga-lume com o cu avariado, cê não acha? Pois bem, não é só a bicicleta e a luzinha sanguínea que chamam a nossa atenção. A ciclista é escarlate e, como tal, cobre-se toda de vermelho, desde os mimosos tênis até o capacete estiloso. Até suas coxinhas são vermelhinhas – coisa tenra de se ver, rapaz. Seu rostinho é todo coradinho, uma tentação para um velho beberão como eu. E olhe que ela passou agorinha por mim, coisa de segundos; e como eu pude ver esses detalhes, tu, amigo leitor, deve de estar se perguntando, né? Ora, meu caro, sou um observador nato! Não mosco diante do prazer passante, esfuziante de se ver. Enfim, a ciclista escarlate desceu a Augusta a toda. Ela não reparou em mim, mas eu me derrapei nela. Talvez você aí, leitor desconfiado, não esteja me botando fé; talvez ache que eu estou delirando por causa da birita. Digo-te: relaxe, é domingo, se quiser ver a ciclista escarlate um dia desses, não carece d’ocê vir cá onde estou. Não. Basta acompanhar os noticiários, eles sempre anunciam um ciclista acidentado. A ciclista escarlate é toda aquela, ou aquele, que pega a bike e sai pedalando pelas ruas hostis da cidade grande com a cara e a coragem. Isso é fato.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Anotações de um bebum introvertido (2)


Mesmo casados eles não dividem nem a música que cada um curte!!





Enquanto o corpo inerte repousa, seus ditos camaradas tiram mó sarro da carcaça embriagada. Nem a amizade fica sóbria depois de 13 garrafas!!!





A mina que vejo a minha frente se debruça confortavelmente sobre a vitrine iluminada de guloseimas disponíveis. Seu quadril procura calor, calor calórico.





O QUE EU QUERO CUSTA CARO.





Este que vejo limpar o terço na torneira com detergente estará tentando limpar seus pecados ou se apresentar respeitável diante das vadias suicidas??





Não há exemplo melhor: a Rua Augusta é um travesti provocativo; ele sempre deixa à mostra, quando se senta, a calcinha fio-dental vermelha que está usando!





Ela rói as unhas desesperadamente. Não sei se é preocupação ou falta de rola na boca homicida.





A Esperança que reside numa azeitona sem caroço não é a mesma que reside numa ervilha envolta em maionese.





Ela mete os fones nos ouvidos sem dó nem piedade. Depois reclama que eu não sei ouvi-la. E quando saca seu espelhinho sempre disponível, disfarça muito bem seu receio de ser rejeitada. Não adianta mais alisar o cabelo aplicado. Minha filha, você já não é mais desejável!





Este é mais um lembrete pra você mesmo: não encare as mulheres acompanhadas, por mais que elas lhe sejam desejáveis, o perigo vizinho, além de fatal, é passional e banal. Fique esperto, meu filho.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Um velho e um amar

o amor que todos querem não é
o mesmo que eu quer

enquanto eles alimentam um desejo transitório,
eu transita entre eles e vê
a cobiça projetada em tudo.
todos estão a consumir o que têm e
o que não têm, também;
o desejo de posse é universal.
e eu apenas satisfaz suas necessidades naturais,
sem preocupação com aquilo que não tem,
ou com o pouco que tem,
mas mais com aquilo que já teve e
que, agora,
não tem mais.

o que eles querem custa caro.
o que eu quer é mais complicado...

dinheiro traz sim felicidade
para aqueles que o têm e sabem gastá-lo.
dinheiro para este é necessário,
mas se esse não existisse,
para ele seria aniversário
todos os dias da sua vida.

todo o mundo moderno ama
a possibilidade de realizar
aquilo tudo que almejam,
seja material ou sexual,
por meio do dinheiro vivo,
ou do crédito cretino.
porém, eu não é todo mundo.
eu é párea desta sociedade de consumo.

eu é um velho de muitos séculos
que agora vagueia,
sem rumo,
na sua jangada de ossos,
sobre um mar feroz, sanguinário
chamado
Mar dos Amores Pós-Modernos.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

2013: um ano de alta definição


E eis que chega 2013.

Mais um ano.

Um ano inesperado para alguns que acreditaram no fim do mundo. E o mundo não acabou, dizem agora os novos céticos. O que se findou foi mesmo o ano de 2012, a primavera e apenas mais um ciclo desta nossa vidinha terráqueo-terrena.

Mas alerto: o mundo acabou sim!

Já estamos no fim do mundo; vivemos desde já num apocalipse, que não é zumbi, mas, mesmo assim, é fim dos tempos – é a era do caos.

Exemplos desse cataclisma (com ‘a’ mesmo, pois rima com clima) que vos digo seriam prudentes e convenientes colocar aqui, nestas linhas, mas basta meu leitor aí olhar para o lado e ver o demônio a tiracolo, ou qualquer outra entidade aí que o desagrade para perceber um bom exemplo.

Não quero aqui me soar repetitivo; não quero aqui ser mais um profeta demagogo pra boi dormir. Meu assunto é resolução. E 2013 é um ano propício a isso. E já logo digo que não quero comentar aqui sobre obras de estádios e de ginásios olímpicos, se é que deu pra prever alguma coisa desse tipo. Não, senhor. A resolução que digo tem mais haver com compromisso intrínseco, com satisfação pessoal. 2013 é o ano em que muitas empreitadas começadas lá atrás começam a ganhar forma e foco – umas já neste alvorecer do novo ano, outras mais pro seu finzinho. Não entro em detalhes porque cada um aí, que me lê, tem um; dos detalhes, cada um que se vire com o seu! Desculpe-me, não sou delineador.

Sou geneacionista.

E estou sendo claro: em 2013 as coisas finalmente engrenam. Neste mundo pós-apocaliptico-não-zumbi as coisas se acertam de vez. Tempo perdido não existe mais, pois já estamos danados. Basta reconhecer os fatos conhecidos e que aqui não foram comentados para se ter ciência disso. O que digo pode parecer confuso, mas faz todo o sentido. Sei disso por intuição e, como sou de escorpião, a minha é realmente forte, muito forte mesmo. 2013 é o ano em que eu e você, querido leitor, veremos muita coisa boa ganhando forma em fôrma finalmente.

Se pareço muito otimista, rogo-te que não desconfie, pois é verdade verdadeira; não é verdade inventada nas coxias da história.

Minha memória maori estilizada atesta.

Fique tranqüilo (com trema mesmo, mas sem tremer).