sexta-feira, 29 de maio de 2015

Caso homoafetivo vira caso de polícia

Ouvi, de falar, que ele
Não dava pr’aguentar.
Ele, um passional, era de matar!
Um ciumento da porra era ele.

Não dei fé, muito menos um tostão.
Pra mim, o tipo, era mais um valentão.
Uma biba enrustida metida à evangélica.
Só que não! A tipa de nada tinha de angélica

Tempos depois, o “cura gay” se revelou.
Na verdade derradeira, ele,
Todo fachada de exportação, era um sociopata!

Ele era um bofe de fazer, mas me enrolou.
Perigoso era e dava pavor! Ele,
Um boy magia, escondia em si um psicopata!

sexta-feira, 22 de maio de 2015

CHEIRO DE SEXO

À noite é mais intensa,
A fragrância de dois corpos numa treta.
É um troço digno do Capeta:
Pau e buceta numa transa.

A gente se deixa envolver gostoso
No odor secretor d’uma porra!!
A gente quer se consumir até o gozo.
Se não der, fazemos de tudo ignorando a hora.

Nossos cheiros se misturam,
Se tornando algo de outro mundo!!
Às vezes rola sangue, sempre suor e algumas lágrimas.

A gente se come sem mágoas.
A safadeza nos torna imundos!!
Com ou sem amor se aturam.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Poema morto tira onda e faz leitor tomar caldo

Aqui jaz um poema incompleto.
Não adianta insistir em revivê-lo.
Ele está morto
Como de lã, um novelo.

O poema já não mais existe.
Ele morreu; apagou-se de vez;
Fodeu-se; foi-se, quem sabe, talvez,
A um passado ausente, não mais presente.

Virou jingle em propaganda ou
Virou nota jornalística de varanda ou
Ainda, poema ascendente, voa reticente...

O poema tinha falecido aqui a sua frente,
Porém, malemolente, ressuscitou!!
Tem poema que se completa dando show!!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O tiozinho da camiseta cor de rosa

Não se engane. Ele é macho. É um macho machucado que insiste em sorrir, apesar dos pesares. Não o conheço, já vou dizendo. Só estou aqui no meu canto de olho vivo no tiozinho da camiseta cor de rosa que acabou de subir no metrô. Ele não é normal. Ele é meio estranho. Imagine: homem branco, de estatura mediana (deve ter uns 1,75 m), tênis branco, calça jeans azul de lavagem mais clara, camiseta pólo rosa manga curta, relógio esportivo laranja no pulso direito, blusa de frio azul-bebê amarrada no pescoço, cabelo baixo, bem penteado, bem marcado, todo lambuzado de algo que não consigo distinguir, olhos azuis, barba por fazer, mas de aspecto limpo, bem-feitinha, base no rosto, sobrancelhas feitas recentemente e há algo de brilhante em seus lábios finos e unhas cortadinhas e bem vistosas. Tá. Tu já o imaginas um formoso e asseado gay. Porém, meu amigo, veja bem: ele é homem que não gosta de outros homens. E, se tu tá pensando agora, que ele é mais um metrossexual, te cutuco: esse termo já tá mais do que ultrapassado. Ele é o homem atual, oras. Simples assim. Ele é um homem que se cuida. Tenho (quase) certeza de que ele procura o seu urologista com frequência. Certamente ele tem uma dermatologista, uma massoterapeuta e um visagista pessoais. E uma excelente manicure, óbvio. Esse homem é o homem de hoje; é o homem que procura se sentir bem com a sua nova masculinidade. Sim, meu filho. Nova porque isso tudo aí que ele exibe é novidade, coisa fresca com pequenas frescurinhas embutidas. O cabra aí tem mais de trinta anos, tá quase nos quarenta e ainda se sente a última bolachinha do pacote. Nada mais do que justo e saudável, certo? Se cuidar faz bem se você já tem alguém que te faz feliz. Hoje em dia, quem casa não mais relaxa. Muito pelo contrário, meu amigo, a pessoa se cuida bem mais para manter o bom-partido conquistado, o bem mais do que querido, pra amarrar o amado de verdade. E quem tá solteiro, tu sabes, se cuida pra caralho! O tiozinho da camiseta cor de rosa é um homem que se valoriza. E se ele fosse gay mesmo não teria nenhum problema. Teria? A vida é dele, oras! Quem se incomoda, pare agora e vai cuidar da própria. Fica a dica. Agora vejo o tiozinho da camiseta pólo cor de rosa indo embora, desembarcando... Ele dá uma corridinha; ele apressa o passo na plataforma e vai de encontro a sua (imagino) possível namorada. Essa, vale dizer, é uma cadeirante toda jeitosinha, igualmente bem vestida, e toda sorridente quando o nota vindo, indo em sua direção. Belo casal. Taí duas pessoas que se gostam muito e que não ligam para quem os vê. E como eu sei dessas coisas você aí deve estar se perguntando, né? Bem, eu tô vestindo o mesmo modelito do tiozinho. E eu sou gay, ele não. Entendeu agora??

segunda-feira, 18 de maio de 2015

ALMA BRASILEIRA

Ser brasileiro não é fácil,
Faz-se necessário ser volátil:
Ou você ora mais do que ri;
Ou você chora menos até parir.

A sofrência é tamanha e faz rir,
Porque a nossa gente triste teima em sorrir.
Dizem que o brasileiro é um povo dócil.
Que nada! Somos um povo é muito difícil!

Temos muitas mazelas e massacres interligados.
Em nosso DNA, há festas, feitos e fantasmas.
Nossa pátria nunca foi gentil.

Nossa terra-mãe é hostil!
Somos filhos do acaso e do desterro, mas,
Ainda assim, plantamos o verde nos arados...

quinta-feira, 14 de maio de 2015

VERBALIZANDO UM VAGABUNDO

Fui escorraçado, humilhado!!
Disseram que eu não estava apropriado.
Fiquei puto, é claro.
Aí tudo ficou escuro:

Subi nas mesas;
Quebrei as cadeiras siamesas!!
Desci porrada!!
Mordi até uns ali na parada.

E, depois do escarcéu,
Aproveite-me da muvuca e enfim
Comi o tudo ali ao léu.

Sou cão de rua sim,
Mas não passo fome, não!!
Eu é que não viro um senão!!


terça-feira, 5 de maio de 2015

O FURICO DO FUXICO

Dizem por aí que dei o rabicó.
Bobagem essa sem dó.
Se desse, dizia numa boa,
Coisa limpa sem caô, canoa.

Quem dá, não recrimino.
O corpo é teu, meu menino!!
Só não curto falso testemunho,
Fofoca que pipoca entre todo mundo.

O furico é meu e de mais ninguém!!
Deixem-no em paz, faz favor.
Vão aí inventar merda noutras bandas!!

Cuidem vocês aí de suas bundas!!
E parem de comentar asneiras com bolor.
Senão, corto todos e vendo como acém.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

AMIZADE KAMIKAZE

Voava entre a gente
Passarinho verde da cumplicidade.
A vida era doce feito chocolate,
Porém, passou do ponto, gravidade.

O que era lindo, terno, se esborrachou!!
A zoeira foi por demais, extrapolou!!
Brincadeira tem limite e, ultrapassando-o, já era!!
A amizade por aqui se encerra.

Difamação e perjúrio
São mui diferentes da saudável gozação.
Quem joga o jogo da verdadeira amizade

Sabe bem aonde ir sem alarde.
Quem desconhece, agora aprende:
Ganhou a piada, mas perdeu um amigo numa grande explosão!!