sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Dica de filme:


A Cidade do
Prefeito Doria
para
Crianças Defeituosas

01.01.2017


Comentário: queria eu um Photoshop agora para pôr em prática essa ideia instantânea.

DATABASE

ACE
SABE
QUE O
CUNHA
ABRE

SE NÃO
TEMER
HAVER-SE-Á
PODER
ATÉ LÁ

EM
2018
BOTA
PRA
QUEBRAR

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

PAREIDOLIA

Foto: NASA


Ela vem e vem com força,
Antes que os pobres vão à forca.
Ela vem rasgando a torto e a direito,
Como se cavoucassem ninho de vespeiro.

Milhares caíram mortos a seus pés,
Com a Morte não tem revés.
Ela tem nome de homem;
Matthew a chamam os crédulos.

Passou pelo Haiti, Caribe e Flórida
E até hoje não se sabe a resposta:
Será ela um monstro ou o capeta?

Criaturas vis se engalfinham nesse dilema
E se esquecem de ver a realidade:
A Natureza só está fazendo a sua parte.

SUSSUARANA

Posava nua todo dia. Os vizinhos sempre a viam de calcinha e toalha molhada pela janela escancarada da sala. No prédio, era a mais falada, julgada e admirada. Seu apê vivia cheio de gente. Via-se com frequência homens e mulheres, muitas mulheres, em seu recinto. Amizades coloridas batiam ponto. Porém, um dia, ninguém a viu mais no condomínio. Sua janela estava fechada há dias! Houve certa comoção e alívio por parte da geral, quando o comunicado foi oficial:

“A Senhora Josefa de Aguiar Venâncio, do 7104, teve um derrame e seu corpo será velado no Cemitério do Araça, dia 06 próximo, às 09h”.

Dona Josefa tinha 84 anos.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

OS IDIOTAS

Vivemos tempos difíceis. De uns anos pra cá, a coisa anda preta e mal falada. Sobreviver custa caro e quem recebe salário não o vê durar até o fim do mês. Estamos em crise, dizem. Estamos vivendo uma crise financeira (e política) sem precedentes, afirmam. Porém, pior do que isso só mesmo a falta de respeito. Explico: você aí, certamente, anda vivendo no limite, no limite do mau humor. Se você aí anda calmo, parabéns, você faz parte da exceção que vive bem fora da tal recessão. Mas, se você aí faz parte da grande maioria que vive numa dificuldade a cada esquina, sabe bem que os ânimos estão à flor da pele. Se você aí não está irritado com a situação atual, conhece alguém que está. Há muita gente exaltada na rua e em casa. Há muita gente enfezada com tudo e todos até alta madrugada. E não dá pra negar que isso faz a gente penar. É um verdadeiro martírio lidar com esse tipo de gente; gente que nem respeita a si e nem quem está à sua frente. Rugir um para o outro se tornou prática comum. E nem de bruxismo estamos aqui falando. Nós aqui estamos tentando pôr às claras que a humanidade está em desgraça. Somos uns desgraçados! Se antes o que nos atingia era uma marolinha de picuinhas, a onda de agora nos atinge feito tsunami. Estamos prestes a vivenciar um colapso mortal (moral?) em cidadela, seja você aí coxinha murcha empapada de óleo velho ou mortadela vencida. Vivemos em meio a um apocalipse zumbi! Estamos rodeados de smart-zombis que só olham pras pequeninas telas com o intuito de se divertir. E, enquanto esses aí ficam deslumbrados com as besteiras seguidas que veem, o mundo real ao redor se desintegra e some, não deixando rastro nem migalhas para quem está com fome. Na moral? Vivemos em um mundo de idiotas. E cada vez mais eles se revelam, seja ao lado de casa, dentro da própria família e até mesmo na repartição, na empresa do ganha-pão! Tem muita gente idiota por aí. Para identificá-las é fácil. Basta reparar bem nas pessoas que dizem que isto, não aquilo, é melhor para todos, sem exceção. Gente assim se acha melhor do que você, que pensa diferente e, apesar dela dizer que está sempre aberta ao diálogo, na verdade não está. Gente assim tem muita aí na praça hoje em dia. Essas se travestem de defensoras da moral, dos bons costumes, da família e da gramática normativa! Essas pensam que só é mais valia investir em certos grupos sociais e segregam os restantes por demais. Não há consenso humanitário entre elas. Aliás, notam-se apenas resquícios do que já fora humano nessas criaturas... O que estamos vendo é a regressão do bicho homem, infelizmente.