quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

RATO MORTO

Passeando a pé pela rua,
Eu o vejo lá estatelado,
Parecendo panqueca, imprensado,
Criatura descomunal está nua.

Perdera tudo que fora sua,
Só o rabo se faz notado,
Bucho, crânio esmagado
Em noite escura, noite de lua.

Vejo suas tripas ao relento;
Não vejo ninguém em sofrimento;
Só o nojo paira sobre o asfalto...

Rato morto não causa comoção.
Restos desse tipo não tocam o coração.
Sigo reto. Pode ser armação.

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