quarta-feira, 30 de novembro de 2016

AQUILO MARAVILHOSO

Se pequeno,
Acham bonitinho,
Uma gracinha
Até o verem erigir.

Se grande,
Adoram,
Fazem fila,
Mas incomoda um pouco,
Dizem as sinceras feministas.

No mais, o que importa
É a resistência do bicho.

Se pouca,
Ficam chateadas,
Fingem compreender;
Não satisfazer
Não é poder.

Se muita,
Nem tem o que dizer,
Só sorrisos,
Pedem bis por mais foder.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

ATUALIDADES DE SEMPRE

sobre a sociedade de hoje:
não há sociedade
só sociedades



o Amanhã nunca vem
até você ir atrás dele
e pegá-lo com os dentes



comer faz bem,
foder também;
a vida só faz sentido
quando você não tem
isso ou aquilo

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PRESTE ATENÇÃO AGORA

pare e pense em
um segundo
e descobrirá que
um segundo
não é suficiente


...


“ouça com atenção”,
dizem pra você
quando querem que
você aprenda

“você não prestou atenção”,
dizem pra você
quando você questiona
o que você aprendeu

atenção —
palavra empregada
sem atenção

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

A VERDADE NUA E CRUA

visível sempre está
para quem quer ver

basta não relevar
e A verá toda nua

a Verdade não se esconde,
encobrem-Na

incomoda,
dói e
fere a fogo

tem um gosto
amargo
para quem A oculta

tem gosto de
açúcar
para quem A revela

Verdade plena,
Verdades secretas;
é tudo Verdade no
País dos Banguelas!

e enquanto Ela tá bem ali
à sua frente,
se mostrando, se entregando,
você aí fica se enganando,
visualizando e dando likes
na Mentira instantânea,
gorda de filtros bacanas.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

ÁGUA PODRE

Das arestas de grandes rios,
Que hoje margeiam megacidades,
A podridão abunda em quantidade,
Alastrando-se fedorenta e sem brio.

Ao seu redor, nada brota; só ruindade
Se vê de longe, feito um fastio,
Que segue serpenteando a verdade
Triste de uma terra febril.

A água podre fede a mijo,
Bile e a secreção anal.
Quem por ela passa, passa mal.

Imagine para quem vive ali.
Incrível! Veja! Há gente ali:
Em meio à água podre, esconderijo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

TÔ VELHO

Tô velho. E isso implica pensar mais em coisas que normalmente eu não me dedicava a pensar com frequência. Me explico: saúde. Antes, admito, eu não tinha essa dedicação de agora em prezar, acima de tudo, a minha própria saúde. E de saúde aqui não só me refiro à física, mas à mental também. Parece que, ao ficar mais velho, as dores e os probleminhas físicos surgem e permanecem com mais facilidade e teimosia. Uma dorzinha aqui hoje não é mais só mais um mau jeito de ontem. Qualquer coisinha aí que aparece pode ser uma coisona que permanece. Cuidar mais de si mesmo se tornou uma coisa necessária, coisa de vida ou morte até. Pareço aqui um exagerado, porém, é a mais pura verdade empírica. Ficar mais velho, e bem, requer mais e mais cuidados. A minha alimentação, por exemplo, deu uma guinada drástica ao submundo descolado da alimentação saudável e sustentável. A princípio, soa modinha dizer isso, mas se muitos aí a sua volta já fazem isso e há muito tempo, você então, meu caro, tem que seguir o fluxo, para não ficar pra trás cardíaco e incapaz. Cuidar da própria alimentação, praticar atividades físicas com mais afinco e alimentar a mente com bons e instigantes prazeres artísticos é a nova ordem mundial! Então, saia mais de casa. Dê um rolezinho pelo próprio bairro. Leia mais. Ouça mais. Converse mais com os amigos, com as pessoas ao seu redor. Desligue o celular. Pense positivo. Em qualquer tempo, seja ele de crise ou não, é sempre bom fazer alguma coisa que te faça bem sem prejudicar a si ou outrem. Eh, eu sei, tô velho. E a vida me parece mais vida do que nunca. Comer bem faz parte da minha vida hoje. E sugiro que isso faça parte da sua, que me lê, também. Coma alguma coisa diferente em um dia da semana. Vá àquele restaurante que todos aí você vê indo. Experimente comer bem e com prazer. Isso é possível, acredite. É engraçado eu dizer isso, mas, poxa, ultimamente só o cheiro de comida boa me faz muito feliz! Sério mesmo. Hoje, eu acho que a comida típica de cada cultura é a substância mais substancial da felicidade de um povo, de uma nação, ou, se preferir, da própria humanidade. A redundância aqui soa estranha, mas o diferente, o outro é bom e faz muito bem! Ficar mais velho é sempre uma novidade.