sexta-feira, 28 de abril de 2017

GREVE GERAL

Estamos em greve,
Diz o cartaz.
E isso é grave,
Pensa o capataz.

Na casa grande, um entrave.
Entrementes, um dia sem paz.
Na senzala, dia de neve.
Estridentes, a força, presente se faz.

Não haverá tortura,
Nunca mais!
Haverá compostura,

Sempre mais.
É um dia de luta
Para nós, os filhos da puta!

quinta-feira, 27 de abril de 2017

IGNORÂNCIA

vejo-a crescer
e se desenvolver
nas línguas pequenas
de grandes hienas
vejo-a se adaptar
pra cada platéia em particular
pois o intuito é desde já causar
a ruína moral de cada lar
hoje, todos têm opinião
porém, poucos ouvem com atenção
ofender virou rotina
até criança vejo por aí sendo cretina
pavio curto todo mundo agora têm
conversar de boa não há ninguém
este mundo tá confuso
difícil de entender até o obtuso
neste país de gente esperta
vagabundo é o poeta

quarta-feira, 26 de abril de 2017

PERÍODO CRETÁCEO NA POLÍTICA POLITÉCNICA

Não se entende nada
De política partidária.
É tanto papo de fachada
Que faz da gente, otária.

Política não é piada!
É coisa séria, não pária;
É meio social de vida;
Não é esquema de olaria.

E, nesse não entender,
Ficamos à mercê
Desses tais “apolíticos”,

Que, na real, são os mesmos paleolíticos,
Querendo se promover
Em meio ao fuzuê.

terça-feira, 18 de abril de 2017

INTOLERÂNCIA

Intolerância nós vemos
Naquilo que fazemos,
Mas tentamos disfarçar
Pra não nos caçar.

Porém, se vemos em outrem,
Julgamos e condenamos sem
A menor cerimônia
Ou, na cara, vergonha.

Por que assim agimos,
Neste século de achismos?
Por que tanto ódio,

Nesta sociedade de pódio?
Porque perdemos o respeito
Quando a tela tomou o cara a cara.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A DELAÇÃO DO FIM DO MUNDO

“Agora vai!”, dizem
Contudo, não é pra tanto
Nesta terra de ninguém,
Os “eleitos”, mesmo suspeitos,
São mantidos em banho-maria
Com o intuito vil
De assegurar a ganância parlamentar
Esperança é para os fracos
Os fortes quebram tudo
Pois nada querem que sobre
Dessa vergonha nacional disforme
Delator é herói
Mesmo sendo cu de bode no calote
Só mesmo os muitos inocentes
Vêem refrigério no meio desse inferno
A coisa tá mais que preta
Aqui, no fim do mundo,
O fim dos tempos
Já foi anunciado
Desde quando àquele portuga
Gritou em alto e bom fado
“Terra à vista!”
De lá pra cá
Só deu merda

sexta-feira, 7 de abril de 2017

PLANETA NOVE

Além de Netuno há
Massa sólida a girar
Num desvario de pirar
Até quem diz que já sabia.

Plutão, se achou, acabou de errar.
Quem o matou se farta na via
Escalafobética da academia,
Querendo pôr e tirar

Astros que já estavam lá
Anos-luz desse inventário,
Que ajuda, mas também complica

A dura pesquisa científica.
Astronomia não é astrologia, otário!
Aqui, deuses fenecem feito vela.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

CIDADE CINZA

Prometida uma cidade linda,
Deram-nos uma cinza.
Perguntamos: onde há lindeza nisso?
Kassab já fez isso e se deu mal,
Agora vem um Doria e passa cal.
Cadê o Kobra, osgemeos e o Chivitz?
Cobriram a todos bem no nosso nariz!
E ainda se diz trabalhador, bom gestor...
TRAIDOR!
Somente os tolos caem nessa de prefeito-gari.
O gari de verdade faz mais por mim
Do que “ele” pensa fazer.
O gari de verdade mostra a minha beleza,
Não a maquila assim cinzenta.
Sou São Paulo 2017
E não Orwell 1984.
Sou de todos,
Não sou do seu bando.
Sou MMDC 1932.