sábado, 19 de agosto de 2017

A CHANCE

Ele está lá fora. Pronto pra me pegar. É só eu pôr os pés na rua que ele vem e me pega. Não quero sair. Mas devo. Penso em sair correndo. Talvez eu tenha melhores chances, afinal, ele não é de correr. Porém, tenho medo. E o medo me paralisa. Não sei se vou conseguir correr. Mesmo aqui, escondida, sinto a paralisia, o medo me congela toda. Droga! Eu tenho que sair daqui. Não dá mais. As que ficam direto aqui, já estão desconfiando. Vou sair. Vou correr. Minha vida depende disso. Enfim saio. Olho ligeiro para todos os lados e, ainda com medo, corro. Desembesto em pêlo pela rua, mas, antes de terminar a primeira quadra, eu o vejo surgir de braços abertos e sorriso largo meio vil, pronto pra me pegar e me levar de volta pro canil.

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