A Terra
O nosso planeta Terra
Não para de se mexer
Seja em volta do Sol
Ou de si mesma
Ela não para
Está sempre em movimento
Por isso acho estranho
Uma coisa assim inatural
Quando o Homem
O ser humano
Fica parado
Imóvel
Não fazendo nada
Tal inatividade não parece
certa
Algo está muito errado
Incorreto
—
Movimento é Vida, certo?
Então, caminhe junto com o planeta
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| cena do filme "Chatô, O Rei do Brasil" |
O chato não se acha chato,
Pois chateia sabendo que é
chato.
O chato é chato de
propósito,
Pois adora chatear o
próximo!
Agora, se alguém é chato
Com o chato,
O chato acha esse
Um chato!
Chato que é chato se conhece,
Se reconhece no chato à
vista,
Achatado ou ao quadrado.
Enfim, tudo isso é muito chato!
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| imagem do filme "Um Dia de Fúria" |
Não suporto gente que se
acha
Se acha se achando
O ó do borogodó
Não suporto essa gente
Gente chata da porra
E do óvulo não fecundado
Não suporto o insuportável
Dessa vidinha besta em bolha
plana
Que só vê o que quer, e não
o que é
Não suporto
Não sei você, amigo, mas me
assusta,
Ver essa gente aí numa dita
luta,
Vociferando aos quatro
ventos uma tal maneira
De ser diante deles sobre a
Terra.
Esses se acham donos do
mundo.
Se não está com eles, é tudo
imundo!
Só eles são os eleitos, os
escolhidos;
Os demais de fora são
corrompidos.
Amigo, têm muitos deles por
aí ultimamente.
Parece até que nos invadiram
a mente!
Discutem tantas bobagens que
dá até ranço,
Enquanto o verdadeiro foco
cai fundo no poço.
Agindo assim, será que não
percebem
O descompasso, a ruína, o
retrocesso?
Viver, evoluir, ser feliz
devia ser o excesso
E não esse desbaratino ideológico
de garagem.
Amigo, meu querido amigo,
tudo vai mal!
Por aqui, o Homem ainda teima
em não progredir.
Ele ainda continua se
matando, achando possuir
Algo de especial perante os
seus iguais; desigual.
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| Café, 1935 de Candido Portinari |
Quem
desce a São Joaquim
Cruza
pela Taguá
Cruza
a Galvão Bueno
E se
estaca todo na Rua da Glória
Pouco
antes da Conselheiro Furtado
E
bem ali
Bem
no meio da Glória
Quem
olhar pra cima
Talvez
verá
As
enormes nuvens
A ti
observar
Carregadas
de chuva
Ou
outros lamentos ancestrais
Elas
sempre ficam sobre os ombros
Dos que descem até a Lavapés
Ao ver os anéis de Saturno
assim
Tão brilhantes
Tão luminescentes
Surpreendo-me em descobrir
A descoberta do desconhecido
Em um planeta considerado
Tão velho assim:
A novidade está sempre em
quem a vê
E, para isso, idade não é
quesito,
Basta mesmo estar vivo.
