sexta-feira, 20 de setembro de 2013

SEM MORAL NENHUMA

M o r e n a
BATOM VERMELHO
Tatuagem negra exposta sobre os seios
Um copo de cerveja gelada numa mão
Um celular prata brilhante na outra
Perninhas finas cruzadas
Pezinho que balança sozinho de impaciência –
Sem nenhum TESÃO à vista



...



bem, quer dizer,
até sua NAMORADA chegar
e raptá-la de vez da minha vi s  t   a

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Repouso poético

Sobre as folhas douradas que caem
Com o vento,
Com o tempo,
Antes de setembro,
Eu me lembro...

São todas folhas secas,
Sem vida,
Indo de encontro
Ao chão.

São folhas,
Ainda assim,
Caídas,
Que brilham,
Ninam
Derrotadas
Rumo ao chão,
Que não é ilusão,
É concreto
Cinza
Sujo
Cheio de
Folhas secas
Não mais douradas
Inanimadas
Sobre uma calçada por limpar

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Fragmentos do cotidiano (8)

- Quer saber? Posso não ser a melhor pessoa do mundo ou o homem que toda a mulher sonha em ter, mas sou um pai super legal. Tenho lá meus defeitos, tenho cá meus vícios, porém, minha filha me ama. E é isso que realmente vale a pena saber, sabe? O resto é resto. Cuido bem da de menor. Não deixo que falte nada para ela. Ela não é minha princesinha, não gosto dessas alcunhas fresculentas, ela é minha menina, ela é minha filha, simples assim. Posso chegar em casa morto de cansaço, todo estressadinho com alguma picuinha do trampo, é coisa que acontece sempre, mas quando já imagino minha pequena sentadinha no sofá, que fica de frente pra porta de entrada, só no meu aguardo, e, quando abro a porta e a vejo saltar rápido e alegre de encontro a mim, para me abraçar as pernas, não me dando chance alguma de me abaixar pra abraçá-la direito, todos os problemas da minha vida são ex-ter-mi-na-dos, naquele simples gesto, naquela demonstração sincera de afeto. Também amo minha filha. Assim qu’eu chego já bato um bom papo com a pequena. Ela me conta sobre o seu dia e eu só fico na escuta, todo besta, todo sorridente enquanto ela tenta me dizer, com palavras novas recém-aprendidas, as coisas todas que aconteceram com ela durante o dia, durante esse longo tempo em que ficamos separados. Depois qu’eu tomo um bom banho e depois que a gente manda pra dentro um lanche caprichado feito pela gente mesmo, a minha filha e eu brincamos juntos, a gente aproveita algumas horinhas da presença um do outro. Ela não curte brincar de boneca. Criei bem a minha filha. A gente curte jogos. A gente gosta mesmo é de ler histórias juntos. Nós dois jogamos cartas, dados, dominó, xadrez e outras pecinhas aí de tabuleiro. Nós dois lemos gibis, revistas, livros. Nós dois detonamos dezenas de caça-palavras e centenas de palavras-cruzadas. A gente dança juntos também. Batemos cabeça feito loucos ao som de um bom e velho (e novo também, por que não?) rock’n roll!! Fazemos essas coisas e é tão legal vê-la ali aprendendo, se divertindo, às vezes, se enfezando, tadinha, com alguma coisinha tola. Eu faço essas coisas todas com ela e me sinto super bem. Eu faço carinhos nela enquanto a gente brinca. A gente se ama. A gente se quer bem. A gente vive num sonho real. Ela é minha filha e eu sou o pai dela. Somos a dupla perfeita.