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Capa do livro Guia Fantástico de São Paulo, de Ángela León. Independente, 2015 / Foto: Bruno Oliveira |
Não
há dúvidas, após ler e ver o que há no Guia
Fantástico de São Paulo, de Ángela León, você, seja morador de São Paulo ou
não, sairá mais alegre e meio triste diante dos desenhos imagéticos e
imaginativos da autora.
O choque é real. Essa grande cidade
poderia ser bem melhor do que é realmente. Contudo, vá sem medo no que a
própria autora sugere na introdução: “[no guia há] as belezas menos evidentes
da capital”, p. 05. E é bem isso mesmo! Certamente tu ficarás atônico com a
quantidade de rios que a cidade ainda possui. Sim! Eles existem. Ou estão
enterrados sob viadutos ou foram rebaixados para simples córregos, que aqui,
para quem mora próximo e conhece bem, córrego é sinônimo de mau-cheiro e dor de
cabeça, quando esses transbordam.
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Páginas 16 e 17 / Foto: Bruno Oliveira |
É um sonho ver o que a autora imagina
para esses rios: rios navegáveis, rios em que se pode nadar e brincar em um
domingo ensolarado, por exemplo. Passear de barco no Tietê, no Tamanduateí ou
no Pinheiros toca no coração de qualquer um aí que mora em São Paulo.
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Páginas 18 e 19 / Foto: Bruno Oliveira |
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Páginas 22 e 23 / Foto: Bruno Oliveira |
A arquitetura também é contemplada pela
autora. Entretanto, ela ganha status de arte, o que não deixa de sê-lo, de
certo modo, mas a autora nos dá a sua visão da coisa, aí a gente percebe,
enfim, que aquilo que temos é bom mesmo — caímos na real, entende? Finalmente
entendemos que a cidade é a nossa casa, no sentido amplo da coisa —
cidade-casa. Para você ter noção, basta ver, se já não viu, que cada prédio que
aqui erguem, dão-lhe um nome. Já percebeu isso? E esses nomes, pelo menos dos
mais antigos, são escritos, grifados, desenhados pelos arautos do design gráfico. Repare também nas portas
desses antigos prédios. As portas parecem mais grandes portais...
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Página 33 / Foto: Bruno Oliveira |
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Páginas 38 e 39 / Foto: Bruno Oliveira |
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Páginas 40 e 41 / Foto: Bruno Oliveira |
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Páginas 42 e 43 / Foto: Bruno Oliveira |
Aproveite que está do lado de fora e
veja os espaços ao ar livre que a autora viu e sugere. São paisagens ufanistas,
futurísticas (?) que convidam ao flanar, ao bem-estar; é um espaço para ser
dividido, compartilhado, sem sujeira ou violência, apenas um lugar de passagem
— paraíso urbano na terra do concreto-armado.
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Página 56 / Foto: Bruno Oliveira |
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Página 73 / Foto: Bruno Oliveira |
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Páginas 74 e 75 / Foto: Bruno Oliveira |
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Páginas 82 e 83 / Foto: Bruno Oliveira |
Não à toa, a segunda parte do livro toma
a Cultura como tema. Aqui, tudo é de todos. São Paulo é rica em atividades,
espaços culturais e, a autora, nos faz ver aquilo que temos de tão bom: grandes
áreas na cidade exclusivas para isso, onde as pessoas podem e devem se
misturar, conviver, coabitarem. Certamente um ou dois lugares é de visita
constante do/a leitor/a. Se não for, está aí a oportunidade de ir lá e ver o
que a artista viu.
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Página 111 / Foto: Bruno Oliveira |
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Página 113 / Foto: Bruno Oliveira |
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Página 115 / Foto: Bruno Oliveira |
A cultura material também tem vez no
guia. Quem é da cidade talvez nem tenha reparado, mas, para se ter um gostinho
do que a autora quer dizer, transmitir, basta ir naquelas lojas de antiguidades
da Santa Cecília ou da Benedito Calixto. Quem for ou já foi saberá a ideia que
a autora quer passar — tem coisas, das mais ordinárias, no sentido aqui
trivial, que só a gente mesmo faz. E são poucos os que reparam nisso e vê
traços culturais.
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Páginas 136 e 137 / Foto: Bruno Oliveira |
As migrações são um bom exemplo disso.
Da alemã à síria, da italiana à japonesa, todas elas, e muitas outras,
contribuíram e ainda contribuem para caracterizar, distinguir o que é próprio
da gente paulistana. Tudo o que temos de bom vem dessa gente de diversos países
tão diferentes e tão parecidos com a gente.
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Páginas 146 e 147 / Foto: Bruno Oliveira |
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Páginas 156 e 157 / Foto: Bruno Oliveira |
É inevitável, ao fim do passeio por São
Paulo com o Guia Fantástico, fica aquela sensação de que tudo poderia ser bem
melhor do que realmente é.
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