RELÂMPAGO E FUMAÇA

Imagem: Paul Klee, Blitz und Rauch (Relâmpago e Fumaça), 1939 / pinterest.com

insight da alma

ganha forma

quando o pai

dos deuses cai

sobre a cântara

durante o ato

o raio treme

enquanto a atingida

nem sequer geme

imóvel, recebe a luz

ela fértil bem és

a vastidão dela não tem tamanho

um universo apenas

não dá conta —

vidas infinitas em ondas

porém, aqui

algo vai mal

sobre a superfície

as trevas emana —

será o fim da esperança?

que nada!

grande engano

em colo de deus-pai

o recém-nascido

é fumaça e relâmpago!

Referência

Poema inspirado em um quadro do artista-plástico Paul Klee visto na exposição do CCBB-SP.

TRÍPTICO TÍPICO DE UM DESOCUPADO

Imagem: istockphoto.com

pouco se sabe

de tudo

pouco de tudo

se sabe

é mentira!

na verdade

ninguém sabe

de nada

...

em meio ao Caos,

uma coisa real se nota:

há muito trouxa por aí

...

das duas, uma:

ou você bate

ou te batem uma

A NOSSA INSTITUCIONALIZAÇÃO ARRAIGADA DE CADA DIA

Imagem: atitudeto.com.br

na ausência

de algo

melhor,

o pior

é serventia da casa

e se você

reclamar,

leva tapa na cara

aqui no Brasil é assim:

se o Salvador

enfim viesse,

ele prestaria contas pro DIEESE

NA RESISTÊNCIA DO MEDO

Imagem: tianix.wordpress.com

neste clima de desesperança

onde o desespero se lança

as pessoas perdem o juízo,

querendo resolver tudo assim no improviso

e é aí que tudo dá merda!

falta de bom senso leva à queda

a vida se arruína de um jeito

que a pessoa perde até o próprio respeito!

sobreviver assim não é fácil

quem consegue, é volátil

para os que não

deixo cá meu coração,

que pode não ser lá muito

mas é de quem escuto

...

E ASSIM FOI QUE NEM METEORO

Foto: Divulgação (NASA) / g1.globo.com

quem vê de fora

nem imagina

a beleza que é

aqui dentro: VIDA

quem vê do alto

sente a energia

dos primeiros seres

que abaixo abundam: CLOROFILA

quem vê de perto

não mais parte

ficar pra sempre

longe não querer não: PAIXÃO

Obs.: poema NÃO selecionado para o Concurso Literário Internacional Natureza 2018-2019 do blog Contos das Estrelas.

SERASE

Imagem: Jonathan Prime / Netflix

Nas ondas da desconfiança

Um aplicativo é balança,

Avaliando o risco real

De se envolver, coisa e tal.

Na tela, resposta pronta:

Se atrativo, aponta!

Se não, faz-se outro teste;

Tudo por um bom belisquete!

Credita-se a um algoritmo

O sonho ecrã legítimo,

E é aí que a vida entorna:

Confiam demais na bigorna

Do que no que se aferra ferido —

Vai ver por isso é tudo fudido.

Referência

Poema inspirado em uma notícia do Uol.