quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Do meu processo (5)


Há muito concebi uma história. Foi em 2015 que a criei e, de lá para cá, mostrei-a a alguns amigos a fim de ver com eles o que eles achavam dessa história. Ponderei as opiniões e sugestões e deixei de molho essa história — não queria eu bancar o afoito. Recentemente, pensei em publicá-la no Wattpad, mas vi que ela, essa minha história, talvez não se desenvolvesse bem por lá (eh, eu ainda acredito no meu querido blog). Aquele lugar é para jovens! E eu sou velho... Pois bem, essa minha história é um folhetim. Desde o princípio, quis eu fazer capítulos pequenos, bem curtos mesmo, e, de propósito, deixar um gancho no final de cada um. Folhetim é isso, certo? Também eu quis abordar esse nosso imaginário coletivo, esse tal nosso inconsciente coletivo. Na história, há muitas referências culturais distintas. Fiz isso por achar que isso tornaria a história interessante, mais plural, entende? E, claro, essa história é meio ficção-científica, meio pós-apocalíptica e fantástica demais. Afinal, lá em 2015, essas temáticas estavam ganhando público e gosto, como acabou se vingando hoje em dia. Enfim, fiz uma história curta um pouco longa pra entreter, pra instigar e se perder. Quem a ler, verá que ela não é sempre linear e nem auto-explicativa. Ela é um quebra-cabeça. Minha ideia era que o próprio leitor montasse essa minha tal história. Pus nela os elementos essências para isso e, claro, pouca coisa lá é es-ten-di-da — em todo o enredo, sugeri mais do que exemplifiquei. A ideia, outra ideia, era instigar, incomodar o leitor. Fiz tudo isso numa pegada retrô: classificar essa minha história de folhetim já denota isso e as palavras lá postas comprovarão essa minha classificação. Disse que ela é um folhetim, mas ela é também uma saga, uma novela, essa minha história. Seu mote me veio gravado numa porta automática de trem, do Expresso Leste. Vi lá riscado o título e criei toda uma história em cima dele. Quanto às imagens colocadas antes de cada capítulo, ponho aqui, desde já, uma ressalva: na caça desenfreada que fiz em busca delas pela net, acabei não pegando a procedência das mesmas. Desculpai-me, sim? Mês que vem, então, começa as postagens (toda terça, quinta e sábado). Espero que gostem! :) 

terça-feira, 27 de agosto de 2019

TEMPOS MODERNOS

Imagem: Tempos Modernos - Nova Iorque, 1936. Dir. Charlie Chaplin / jornaltornado.pt
a pressa não faz verão
o tempo não dá um tempo
a morte não traz sorte

quem realmente vive
sem pressa
no seu tempo
tem sorte

ou
simplesmente
é um sortudo da porra

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

PESTE, GUERRA, FOME E MORTE

Foto: Horses, de Jose Antonio Zamora, National Geographic Travel Photo Contest 2019

O apocalipse se aproxima
A galopes de pradaria.
Quem os ouve, pensa ladainha
E assim cairá logo da colina.

Enfim o mundo acabará.
Só a Morte, só ela, reinará;
Sobre os ossos de milhões,
É ela a rainha das nações.

A cada segundo, isso é mais certo,
Não dá pra fugir, nem se esconder;
A fim do mundo é real,
Basta ler aí qualquer jornal.

Contudo, há luz no fim do túnel.
Seu brilho é fraco, mas está lá;
É a Esperança só saudade,
Esperando a evolução da humanidade.


quarta-feira, 14 de agosto de 2019

O QUE É NÃO É MAIS QUANDO FAZ

Imagem: 123rf.com

penso
em algo
logo
esse algo
existe

penso
e
a alga
não deixa de ser
alga

penso
e
quando faço
a alga
é algo

que desconheço

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

OLHOS TENROS

Foto: Tender Eyes, de Tamara Blazquez Haik, National Geographic Travel Photo Contest 2019

de cima
eu vejo
a próxima vítima
minha refeição

de cima
eu vejo
uma companhia
breve satisfação

de cima
eu vejo
meu abrigo
proteção

acima
não vejo nada
meu mundo é
contemplação

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

O SUICIDA, ANTES DA QUEDA

Imagem: pt.aleteia.org

Paira pelo ar
um desejo
incomum
de ir
de ir além de tudo
que existe
agora

E
assim
sem nada
nem ninguém
simplesmente partir

De imprevisto ir
e não voltar
mais para
ninguém

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

ASSÉDIO MORAL

Imagem: data-limite-2019.blogspot.com

em estado bruto
ele surge
pronto pra bater:
desce o murro
quem assiste
só assiste
não faz nada
nem resiste

enquanto a vítima
é desfigurada
seu agressor
dá risada —

quem aí é funça,
não acha graça