domingo, 29 de maio de 2011

Tramoia entre amigos

- Ah, velho amigo! Por que me preocupar com a Morte? Ela será apenas mais uma daquelas visitinhas indesejadas que temos e não sabemos ao certo quando se dará, só temos certeza que ela virá, um dia, só isso. Ora, se nem nos lembramos das coisas – se é que teve coisas – antes de nós nascermos. Não vejo motivos plausíveis para temer a Morte. A vida é assim: um dia estamos e outro dia qualquer já não mais estamos. A nossa ausência é relativa. Poucos, muito poucos, sentirão nossa falta. E essa é a dura realidade. Viver a vida temendo a morte é perda de tempo. Temos mais é que nos preocupar com a vida que vivemos. Se não vivemos bem é porque tem coisa muito errada por aí. Felicidade é questão de como você leva sua vida, de como você a encara. E, cá pra nós, uma vida só de felicidade não tem graça. Precisamos dumas desgraças. E dumas desgraçadas, claro! Precisamos de algo que nos faça perder o equilíbrio, só assim pra continuarmos seguindo em frente, e mais experientes. Veja aí o teu caso: tu pensavas que era feliz, que vivias o felizes para sempre dos contos de fada, mas foi só descobrir que era corno e pronto, adeus felicidade conjugal. Quer saber? Nem tua ex era feliz. Viu só? Pra ti trair assim, e há tanto tempo... Meu velho, não tema nada, nem a morte. Tema a vida que leva, pois, meu caro, tema a mim. Sim! Tema a mim, pois cá estou aqui, diante de ti, na tua ilustre presença pra ti cobrar aquilo que tu me deves. Não me leve a mal. São só negócios, entende? E tenho contas, não contos, a acertar contigo, meu amigo. Chegue mais perto. Não se levante. Bem sei o que tu tavas tramando. Vingança, né? Então, meu caro, contamos até três ou...

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