Queria
te falar algo engraçado e divertido. Queria comentar contigo sobre a genitália
que vi anteontem ou apenas descrever pra você sobre a minha cabaça danificada.
Queria criticar o cotidiano que costumo ver ou fantasiar a respeito d'um fato
real aí visto com grandes possibilidades de ser mais um fato ficcional. Mas o
autor me impossibilita. Ele não me dá idéias. Ele não alimenta cá sua cria
criativa, o narrador. Ele não anda fazendo sua lição de casa. Ou, em outras
palavras, não anda dando no coro. Ou melhor, não anda pondo na lauda a caneta
esferográfica-psicográfica. Um narrador, como eu, não pode ficar assim sem
material pra, digamos assim d'uma forma simplificada, narrar. Se narro é porque
o autor me põe pra narrar, oras. E se ele não anda dando conta do recado, que
passe a mensagem d'uma outra forma ou pra alguém mais interessado em expor suas idéias
de cachola e de camisolas. Assim exposto, a contragosto, pergunto: por acaso, você
leitor, é um autor em potencial? Se sim, por favor, pegue este seu humilde
narrador e lhe dê um bom serviço, sim? Careço urgentemente d'um mote! Amigo
leitor, não permita assim qu’eu morra neste ponto final.
Bem metalinguístico esse texto. Enigmática a relação autor-narrador não? Gosto desse recurso de o autor se distanciar do texto e ter a função de narrador, como se fossem 2 pessoas distintas. Salve a literatura!! Parabéns!
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