Vivemos
tempos difíceis. De uns anos pra cá, a coisa anda preta e mal falada. Sobreviver
custa caro e quem recebe salário não o vê durar até o fim do mês. Estamos em
crise, dizem. Estamos vivendo uma crise financeira (e política) sem
precedentes, afirmam. Porém, pior do que isso só mesmo a falta de respeito. Explico:
você aí, certamente, anda vivendo no limite, no limite do mau humor. Se você aí
anda calmo, parabéns, você faz parte da exceção que vive bem fora da tal
recessão. Mas, se você aí faz parte da grande maioria que vive numa dificuldade
a cada esquina, sabe bem que os ânimos estão à flor da pele. Se você aí não
está irritado com a situação atual, conhece alguém que está. Há muita gente exaltada
na rua e em casa. Há muita gente enfezada com tudo e todos até alta madrugada. E
não dá pra negar que isso faz a gente penar. É um verdadeiro martírio lidar com
esse tipo de gente; gente que nem respeita a si e nem quem está à sua frente. Rugir
um para o outro se tornou prática comum. E nem de bruxismo estamos aqui
falando. Nós aqui estamos tentando pôr às claras que a humanidade está em
desgraça. Somos uns desgraçados! Se antes o que nos atingia era uma marolinha
de picuinhas, a onda de agora nos atinge feito tsunami. Estamos prestes a
vivenciar um colapso mortal (moral?) em cidadela, seja você aí coxinha murcha
empapada de óleo velho ou mortadela vencida. Vivemos em meio a um apocalipse
zumbi! Estamos rodeados de smart-zombis que
só olham pras pequeninas telas com o intuito de se divertir. E, enquanto esses
aí ficam deslumbrados com as besteiras seguidas que veem, o mundo real ao redor
se desintegra e some, não deixando rastro nem migalhas para quem está com fome.
Na moral? Vivemos em um mundo de idiotas. E cada vez mais eles se revelam, seja
ao lado de casa, dentro da própria família e até mesmo na repartição, na
empresa do ganha-pão! Tem muita gente idiota por aí. Para identificá-las é
fácil. Basta reparar bem nas pessoas que dizem que isto, não aquilo, é
melhor para todos, sem exceção. Gente assim se acha melhor do que você, que
pensa diferente e, apesar dela dizer que está sempre aberta ao diálogo, na
verdade não está. Gente assim tem muita aí na praça hoje em dia. Essas se
travestem de defensoras da moral, dos bons costumes, da família e da gramática
normativa! Essas pensam que só é mais valia investir em certos grupos sociais e
segregam os restantes por demais. Não há consenso humanitário entre elas. Aliás,
notam-se apenas resquícios do que já fora humano nessas criaturas... O que
estamos vendo é a regressão do bicho homem, infelizmente.
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