Eu vejo um cavalo branco
Relinchando no olho de um sapo plástico
Eu vejo uma raposa morta
Dependurada numa mancha da parede
Eu vejo sangue
— que não é meu —
Em minhas mãos o tempo todo
Eu vejo o desgosto
Transbordando
Diariamente
Na boca de lobo da esquina de casa
Eu vejo a desgraça
Que insiste em respirar deitada na calçada
E, mesmo eu vendo tudo isso,
Eu não dou piti
Quando vejo a tampa da privada levantada
Não
Eu vou lá e simplesmente a fecho
Calada
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