segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

NO LIMITE DA MARGINAL

Foto noturna da obra do artista plástico Eduardo Srur (2008) / Evelson de Freitas/AE


Quem passa por São Paulo e vê
Um rio podre desses, o Tietê,
Logo sente, bem lá no fundo,
Asco e tristeza de defunto.

Quem passa e fica aos berreiros,
Pois perdera tudo, ó Pinheiros,
Cansado de saber, sabe:
Que a água aqui não se bebe.

Quem passa, vê, na tevê, não tem dúvida:
— Olha lá, mãe, o nosso Aricanduva!
Rio que não é mais rio, é córrego,
Transborda sempre e faz, do bairro, arquipélago.

Quem passa, não adianta, só acha
Que tudo isso aí é coisa de cidade baixa!
Que não cuida do que é importante,
Pois é tudo feito por gente ignorante.

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