domingo, 25 de julho de 2010

Citações avulsas (5)

“Mas, enfim, soou a hora em que as provações terrenas do Sr. Earnshaw terminaram. Morreu serenamente, numa tarde de outubro, em sua cadeira, junto ao fogo. Forte ventania soprava em redor da casa e rugia na chaminé, fazendo um barulho selvagem de tempestade. Não estava frio, porém.” p. 47

“(...) Os pobrezinhos consolavam-se mùtuamente com palavras que eu não seria capaz de encontrar. Nenhum pastor do mundo jamais pintou o céu tão belo como êles o faziam, na sua inocente tagarelice. E, enquanto escutava, soluçando, não podia deixar de desejar que todos nós um dia lá estivéssemos salvos e reunidos.” p. 48

“(...) Heathcliff levantou-se cedo e, como era dia feriado, foi matar seu mau humor passeando pelos pântanos. Só reapareceu quando a família partiu para a igreja. O jejum e a reflexão pareciam tê-lo deixado mais sereno.” p. 58

“(...) Assim êle nunca saberá como eu o amo. E isso não porque seja belo, Nelly, mas porque êle é mais eu do que eu mesma. Seja de que forem feitas nossas almas, a dêle e a minha são as mesmas e a de Linton é tão diferente como um raio de lua de um clarão, ou como a geada do fogo.” p. 81

“(...) Tentou pronunciar a palavra, mas não o conseguiu. De lábios cerrados, lutava em silêncio contra a angústia que o constrangia, desafiando ao mesmo tempo minha simpatia com um olhar fixo e feroz.” p. 159

“(...) E seus esforços redobravam à medida que a morte ameaçava com uma iminente derrota seus planos interesseiros e implacáveis.” p. 242

“Depois não se moveu, nem falou mais. Continuou, porém, a pousar sôbre ela aquêle olhar encantado e luminoso, até o momento em que seu pulso parou insensìvelmente e sua alma se evolou. Ninguém teria podido precisar a minuto exato de sua morte, tal a suavidade com que ela se deu.” p. 264

“Demorei-me entre elas, sob aquêle céu tão suave, olhando as mariposas que volitavam por entre as urzes e as campânulas, escutando a brisa ligeira que agitava a relva, e pensando como poderia alguém imaginar que tivessem um sono perturbado aquêles que dormiam naquela terra tranqüila.”p. 313

“O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë. São Paulo: Abril Cultural, 1971, 2ª ed. Tradução de Oscar Mendes.

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