quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os fones da indiferença


Quem pega transporte público todos os dias para ir trabalhar sabe: educação é coisa rara. E quando presenciamos tamanha erudição até ficamos meio que sem jeito, sem saber ao certo o que dizer. Um obrigado já é suficiente. Tem gente que dá um sorrisinho. E tem gente indiferente. Aliás, taí outra coisa que considero interessante de ver de dentro do transporte público: a indiferença. Ela é abundante hoje em dia. Você, caro leitor, certamente já a viu por aí. Se não, sem problema, fique tranquilo, vou abrir seus olhos. Dica: repare bem na quantidade de pessoas a sua volta que estão usando fones de ouvido. Consegue conta-las? É um bocado de gente, não é verdade? Pois então, taí a manifestação da indiferença dos nossos tempos. A pessoa fica lá curtindo seu som à vontade, isolada do ambiente hostil que é o transporte público. Não interage com ninguém, fica lá cativa em si mesma. Aí, eu pergunto: cadê o flerte? Comé que fica a porra da vida em sociedade, hein? Perdem-se essas coisinhas tipicamente humanas e tão essenciais. Acho que o ser humanoide tá é mais interessado no seu próprio prazer, preferindo se evadir dos momentos áridos da vida. Atitude inútil, pois quem sabe das coisas sabe muito bem que a vida é perigosa. Só os fortes vivem, quem sobrevive é fraco, ou é uma pessoa duma puta sorte! A indiferença é uma fraqueza, quanto a isso não há dúvida. E o que podemos fazer para modificar isso? Simples. Temos que ser atrevidos, temos que encarar esses seres até que notem a gente, seus vigias de acaso. Assim, quem sabe, começam a pensar em alguma coisa ou fiquem tão incomodados e nos dirijam a palavra: - Que que cê tá olhando? Nunca viu, não?! Aí a gente diz: - Já. Sempre vejo a indiferença por aí. Pronto. Basta só manter o papo, quem sabe assim uma pessoa interessante se revela, né verdade? Pelo menos o primeiro contato foi feito. E assim a gente vai evoluindo...

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