terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sou poeta

Sou poeta
Mas me renego

Sou poeta
Sem ego

Sou poeta
Ainda verde,
Branco
E amarelo

Sou poeta
De chinelo

Sou poeta
De estação
Que curte o verão
De galochas
E sungão

Sou poeta
Que compra pão
Que bebe água

Sou poeta
De bolha de sabão

Sou poeta
Das mágoas

Sou poeta
Magoado,
Aleijado,
Sujo e
Indecente

Sou poeta
De todo tipo

Sou poeta
De gente

Sou poeta
Que pouco chora
Que pouco come
Que pouco geme

Sou poeta
De aguardente

Sou poeta
Banguela
Sim!
Sem sequer um dente

Sou poeta
Sem querer ser crente
Mas sendo,
Ou tentando ser,
Comovente

Sou poeta
Malicioso,
Maledicente e
Que sempre se emociona
Quando a verdade vem à tona

Sou poeta
Cretino
Sem crédito
Sem juízo

Sou poeta
Que arrancou todos os dentes
Do siso
E me repito
Apito
Denuncio:

 Sou poeta
Cabra macho
Que sai sempre
Machucado
Quando lhe partem
O frágil coração –
Esse eterno descontente

Sou poeta
De papel
Papelão

Sou poeta
Eis aqui o meu cartão

2 comentários:

  1. Sr. Poeta sem nome e sem razão, merecedor do meu respeito. beijo

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    1. Obrigado, amiga Lu. Em tempos como estes são poucos, realmente muito poucos, os que realmente respeitam os que são loucos. Um beijo pra você!

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