Sou poeta
Mas me renego
Sou poeta
Sem ego
Sou poeta
Ainda verde,
Branco
E amarelo
Sou poeta
De chinelo
Sou poeta
De estação
Que curte o verão
De galochas
E sungão
Sou poeta
Que compra pão
Que bebe água
Sou poeta
De bolha de sabão
Sou poeta
Das mágoas
Sou poeta
Magoado,
Aleijado,
Sujo e
Indecente
Sou poeta
De todo tipo
Sou poeta
De gente
Sou poeta
Que pouco chora
Que pouco come
Que pouco geme
Sou poeta
De aguardente
Sou poeta
Banguela
Sim!
Sem sequer um dente
Sou poeta
Sem querer ser crente
Mas sendo,
Ou tentando ser,
Comovente
Sou poeta
Malicioso,
Maledicente e
Que sempre se emociona
Quando a verdade vem à tona
Sou poeta
Cretino
Sem crédito
Sem juízo
Sou poeta
Que arrancou todos os dentes
Do siso
E me repito
Apito
Denuncio:
Sou poeta
Cabra macho
Que sai sempre
Machucado
Quando lhe partem
O frágil coração –
Esse eterno descontente
Sou poeta
De papel
Papelão
Sou poeta
Eis aqui o meu cartão
Sr. Poeta sem nome e sem razão, merecedor do meu respeito. beijo
ResponderExcluirObrigado, amiga Lu. Em tempos como estes são poucos, realmente muito poucos, os que realmente respeitam os que são loucos. Um beijo pra você!
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