Quando
subo a São Joaquim
Eu
não os vejo
É de
manhã logo cedo
Janelas
fechadas só se veem
Vou
a pé pro trabalho
Quando
desço a São Joaquim
Eu,
às vezes, os vejo
É fim
de tarde quase noite
Janelas
escancaradas se permitem ver
Vou
a pé pra minha casa
Quando
paro pra vê-los
O que
eu vejo?
Primeiro,
não é o que é quem
Segundo,
tudo dura menos dum segundo:
Lá
de cima de um prédio
Terceiro
ou quarto andar
Um
narizinho se projeta da janela
Dois
olhinhos fitam cá embaixo a rua desperta
Mas
são os cabelos brancos que mais se fazem ver
Lá
de cima
Será
que me veem?
Pois,
cá de baixo
Eu
os vejo
E nesse
ínterim terno quase eterno
Eu
enfim percebo só vendo
Que
a vida assim à vista
É muito
mais vívida, e vivida
Quando
é assim bem quista:
Despretensiosamente na rotina
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