Imagem: Seda vegana feita com o bagaço da laranja / hypeness.com.br |
Quem
aí, como eu, têm o saudável e aventureiro hábito de andar a pé pela cidade já deve
ter reparado numas obras de grande porte que estão mudando, drasticamente, a
rotina da comunidade do entorno.
Que fique claro: não estou falando dos
prédios, das enormes torres, dos condomínios-formigueiros que estão brotando a
rodo pela cidade (disso podemos falar em um outro post), falo é mesmo do metrô.
Uma tal de Linha 6-Laranja está ganhando
cara e forma pela cidade. Numa rápida pesquisa no Google dedo-duro você
encontrará muitos problemas, muitos perrengues relacionados a esse futuro ramal
do Metrô. O da enorme cratera cheia até o topo de esgoto ao lado da Marginal
Tietê é o caso mais recente e o mais midiático. Contudo, se você aí pesquisar
mais a fundo, quase chegando ali na borda da dark web, você verá outros podres:
essa linha é promessa desde 2012, as obras só começaram em 2015, e está
prometida sua conclusão, até o momento, para 2025; o imbróglio, ou o
empurra-empurra, é coisa da direita (desculpa aí pessoal da direita), Serra,
Kassab, Alckimin e Doria já embalaram esse bebê de Rosemary; e há umas paradas
aí da Lava Jato, de superfaturamento e da troca de concessionária que é melhor
nem comentar!
Melhor falar da linha em si. Tá lá: terá
15 km, 15 estações. Ligará o Centro (São Joaquim) até à Brasilândia (Zona Norte)
e fará conexões (sugestiva palavra) com as linhas 1-Azul e 4-Amarela do próprio
Metrô e com as linhas 7-Rubi e 8-Diamante do pessoal lá dos trens – não sei
mais quem tá administrando a antiga São Paulo Railway.
Agora, leitora e leitor amigos, se
possível, peguem o mapa da tal linha. Vocês verão algo muito legal, muito
interessante: da São Joaquim, que é bem aqui próximo de casa a propósito, a
linha pegará parte da Liberdade, bairro turístico muito popular ultimamente;
passará ali na Bela Vista, ou seja, o Bixiga (bairro mítico paulistano) ficará
mais acessível, quem aí curte massa tá ligado; passará lá no
Higienópolis-Mackenzie, na Angélica-Pacaembu e na PUC-Cardoso de Almeida, que é
lugar de gente “diferenciada” e tal, mas o Estádio do Pacaembu, felizmente,
ficará mais acessível também; passará pelas Perdizes, pela Pompeia, pela Água
Branca, aproximando o italiano e um SESC ainda mais da gente; e, cruzando o
Tietê, passará pela Freguesia do Ó, lar de uma Meca nordestina e, ainda,
seguirá até a querida irmã Brasilândia.
Mas por que raios estou a dizer tudo
isso, vocês aí se perguntam me perguntando, ou não, vai saber. Simples: eu vejo
o futuro! Vai vendo: essa linha, apesar dos pesares passados e dos vindouros,
implicará umas mudanças radicais na cidade. Vocês aí conseguem ver também? Umas
dicas: se os cabeças que administram essa porra toda, insistir em se amigar com
a especulação (que é quase uma ejaculação) imobiliária, elitizando bairros
antes industriais, por exemplo (oiê, Barra Funda!), e não concretizando de vez
o que está escrito bem bonitinho lá no Plano Diretor e fazer boas moradias
populares, para quem realmente precisa, quer e pode pagar, a nossa cidade, essa
megalópole, continuará injusta, discriminatória e lar doce lar de poucos, muito
poucos privilegiados, entendes?
Prevejo muita coisa boa num futuro
próximo, e gostaria, quero, que muito mais gente tenha acesso a isso. O futuro
não é de Deus, é nosso!
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