terça-feira, 5 de novembro de 2019

SOBERANO: O PLANETA DA FOME_PARTE III_SAFIR E TRÔNUS_CAPÍTULO XXVIII

"... separando em dois aquilo que sempre fora um só."

Reino algum surge do nada. Safir e Trônus sempre existiram. Porém, quando a fome se tornou uma constante, as paragens ocultas abaixo do solo se revolveram quando esse solo se tornou infértil. Safir e Trônus eram um todo compartilhado, um algo unido em simbiose que crescia e se desenvolvia junto, uniforme. As movimentações das placas tectônicas ocasionaram uma ruptura, separando em dois aquilo que sempre fora um só. Uma parte decaiu mais a fundo no núcleo do planeta, sofrendo pressão e danação constantes; a outra parte desprendida se deparou com um amontoado de gases compactados sob o solo empobrecido e foi ficando cada vez mais leve, desprendida e livre da terra-mãe-morta. Safir surgiu num gêiser ácido a quilômetros de altura numa nuvem efervescente de esperança. Trônus se foi gerando coberto de magma, rancor e trevas.

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