quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Um velho e um amar

o amor que todos querem não é
o mesmo que eu quer

enquanto eles alimentam um desejo transitório,
eu transita entre eles e vê
a cobiça projetada em tudo.
todos estão a consumir o que têm e
o que não têm, também;
o desejo de posse é universal.
e eu apenas satisfaz suas necessidades naturais,
sem preocupação com aquilo que não tem,
ou com o pouco que tem,
mas mais com aquilo que já teve e
que, agora,
não tem mais.

o que eles querem custa caro.
o que eu quer é mais complicado...

dinheiro traz sim felicidade
para aqueles que o têm e sabem gastá-lo.
dinheiro para este é necessário,
mas se esse não existisse,
para ele seria aniversário
todos os dias da sua vida.

todo o mundo moderno ama
a possibilidade de realizar
aquilo tudo que almejam,
seja material ou sexual,
por meio do dinheiro vivo,
ou do crédito cretino.
porém, eu não é todo mundo.
eu é párea desta sociedade de consumo.

eu é um velho de muitos séculos
que agora vagueia,
sem rumo,
na sua jangada de ossos,
sobre um mar feroz, sanguinário
chamado
Mar dos Amores Pós-Modernos.

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