Tamara,
Tamarindo,
Tico-tico
Tamara sempre foi muito sexual
Nunca teve sensualidade
Nem mesmo na flor da idade
Tinha era mesmo um fogo por todo o corpo
Que se espalhou por toda a cidade...
Tamara não tinha amenidades
Tamara era um animal de coitos fugazes
Por isso, experimentou tudo aí que lhe foi aparecendo
Tamara não foge d´uma buceta negra
Em pêlos crespos, crescendo
Tamara até já chupou cacetes, mas não gostou
Tamara prefere as xerecas carecas de vinil
Tamara tem tatuagem no quadril
E se exibe amuada
Para sua namorada
Quando tem certeza
Da sua desgraça...
Tamara é complicada
É tipo homem sem calça, sem barba
Mas muito macho que só vendo
Tamara não aceita brincadeiras
Nem mesmo quando se dá no recreio
Tamara,
Tamarindo,
Tico-tico
Tamara não é pirulito que bate-bate,
Mas já bateu umas pra mim
Temos lá nossas divergências,
Mas me ama assim, assim
Tamara curte rock progressivo...
É feminista sim, de ouvido –
Puta com vergonha que não morde fronha,
Mas é do tipo de mina que curte coisas ditas ao pé do
ouvido –
Ditos assim sem-vergonha, manja?
Tamara não curte tâmara
Vai mais de câmara
Tamara chupa tamarindo
E cospe sinusites rindo
Se lhe passa um passarinho
Já logo imagina um tico-tico
Não por ser pequeno,
Mas mais por ser vermelho –
Plumagem rubra de desejo
Tamara,
Tamarindo,
Tico-tico
...
Se há algo de bom nessa história,
Que mais parece uma novela sem glória,
É esse “amor anormal” que ela tem
Por mim não, claro, veja bem
Ela tem uma namorada,
Ela trabalha como uma condenada,
Mas ainda sorri quando vê surgir
O beneditino do
tico-tico que insiste em lhe corrigir...
Belém, Belém, Belém
Quem sabe bem quem és
Não esmorece com o
peso sobre os próprios pés.
Aqui há uma quebra, se a ideia era desenvolver a tal sonoridade de "Tamara, Tamarindo, Tico-Tico", tanto que fiz três versões, neste, fica claro que nas estrofes que se seguem, não há nada de mais sonoro do que o próprio refrão. Quebrei a rima, quebrei o compasso, tudo pra contar uma história em versos livres que não chegam aonde deveriam chegar.
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