segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Soneto aparente do vizinho carente

Em noites quentes eu ouço tudo
Tudo o que acontece no escuro
A coisa toda rola de madrugada
E eu sou cúmplice dessa roubada.

Lá, no andar de cima, dois
Corpos insistem em não resistir
Se entregam gostoso à antropofagia enfim
E eu aqui em baixo só de gaiato...

A mina geme d’uma forma penetrante
Mesmo eu não sendo seu amante,
Curto (as)sim ouvir os seus gritinhos sobre mim.

É como se eu estivesse junto dela,
Comendo ela naquele instante
Mas não, eu só a ouço, não a sorvo afoito...

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