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"Baal tinha asas, chifres, cauda e uma barriguinha" |
Adrian
não se lembrava ao certo de quando conhecera Baal, havia muito tempo que sentia
fome. Contudo, lembrava-se o suficiente de que Baal não era como ele. Adrian
era fraco; Baal era forte. Adrian trajava trapos para formar uma roupa; Baal se
exibia em pêlo – demônio algum carecia de vestimentas. Adrian tinha fome, muita
fome; Baal tinha asas, chifres, cauda e uma barriguinha – Baal se alimentava de
criancinhas. Adrian, a princípio, se assustou com ele, teve realmente muito
medo, porém, seu próprio horror era outro, coisa dele e de muitos outros: ou
você morre de fome, servindo de comida para quem tem fome, ou você mata e se
sacia até a próxima vontade assassina. Baal não era um demônio de estimação.
Ele só decidiu acompanhar Adrian em sua sina porque, ao devorar seus três
filhos, sentiu, bem lá no meio do seu grande estômago, um tiquinho de
consideração.
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