terça-feira, 17 de setembro de 2019

SOBERANO: O PLANETA DA FOME_PARTE I_FENRIR_CAPÍTULO VII

"Ele viu Baal devorando Cádmio."

Fenrir chegou logo depois do massacre. Ele viu Baal devorando Cádmio. Somente ele, de relance, viu o sangue negro escorrendo da face alva e azul de Cádmio. Fenrir era um demônio da fome, porém não tinha as asas, o rabo e os chifres de Baal. Fenrir era um demônio de garras e dentes apenas. Fenrir era veloz. Contudo, tal velocidade não fora suficiente, Baal o superara, “mais uma vez”, ele resmungava para si mesmo. Baal não viu Fenrir. Fenrir não viu Adrian. E Adrian não viu nada. Fenrir virou as costas e saiu em disparada pelo mesmo caminho que tinha vindo. Fenrir era um demônio solitário, ele matava sua fome desacompanhado. Em Soberano, muitos demônios andam em bando, poucos são aqueles que cruzam o planeta apenas consigo mesmos. Soberano é um planeta hostil, quase morto e sem muita opção de prato. Até mesmo os demônios passam por necessidades. Nele, há aqueles que se comem e sobrevivem e há, também, aqueles que se recusam a viver assim e vivem num código próprio: Fenrir não comia outros demônios.

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