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"Ele viu Baal devorando Cádmio." |
Fenrir
chegou logo depois do massacre. Ele viu Baal devorando Cádmio. Somente ele, de
relance, viu o sangue negro escorrendo da face alva e azul de Cádmio. Fenrir
era um demônio da fome, porém não tinha as asas, o rabo e os chifres de Baal.
Fenrir era um demônio de garras e dentes apenas. Fenrir era veloz. Contudo, tal
velocidade não fora suficiente, Baal o superara, “mais uma vez”, ele resmungava
para si mesmo. Baal não viu Fenrir. Fenrir não viu Adrian. E Adrian não viu
nada. Fenrir virou as costas e saiu em disparada pelo mesmo caminho que tinha
vindo. Fenrir era um demônio solitário, ele matava sua fome desacompanhado. Em
Soberano, muitos demônios andam em bando, poucos são aqueles que cruzam o
planeta apenas consigo mesmos. Soberano é um planeta hostil, quase morto e sem
muita opção de prato. Até mesmo os demônios passam por necessidades. Nele, há
aqueles que se comem e sobrevivem e há, também, aqueles que se recusam a viver
assim e vivem num código próprio: Fenrir não comia outros demônios.
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