sábado, 26 de outubro de 2019

SOBERANO: O PLANETA DA FOME_PARTE III_OMOTEP_CAPÍTULO XXIV

"Quindjin era uma jóia."

Quindjin era uma jóia. Antes da quase aniquilação humana, tal preciosidade era bastante comum entre as civilizações desenvolvidas, ou não, de Soberano. Quindjin era uma jóia dos desejos. Somente os reis, rainhas, chefes de estado, enfim, somente os líderes tinham a permissão de utilizar o Quindjin para saciar a fome dos seus subordinados. Era esse maioral que determinava quais tipos de comida eram mais ideais para manter uma vida alimentar saudável dessas pessoas de sua responsabilidade. Quindjin era a graça da fartura, da multiplicação em tempos difíceis que cabia na palma da mão. A jóia só poderia ser usada em último caso, em uma situação de extrema urgência. Quem a utilizava para fins egoístas e/ou para prejudicar a saúde alimentar dos que tem fome, perdia a Jóia Amarela da Boa Refeição para sempre. Infelizmente, milhares de Quindjins se perderam. Muitos ditos líderes se corromperam diante da necessidade extrema de muita fome. A fartura e o tempo de barriga sempre cheia tinham chegado ao fim. Omotep caminhava sozinho sobre o deserto com o último Quindjin em seu peito. De repente, tropeçou num troço coberto pela areia, era um trilho antigo de trem.

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