quinta-feira, 3 de outubro de 2019

SOBERANO: O PLANETA DA FOME_PARTE II_INDIGO_CAPÍTULO XIV

"Indigo era um ser feito todo de água."

Indigo era monstruoso! Um ser medonho do tamanho de uma cidade. Com suas oito patas, ele refertilizava o solo estéril por onde caminhava, suas pinças gêmeas esmigalhavam o espaço e criavam planos miméticos de possível autofecundação, eram camadas de possibilidades atrás de mais camadas de possibilidades. Seu ferrão parecia estar em constante combustão. Indigo era um ser feito todo de água, uma fumaça saía incessantemente do seu ferrão fervente. Aquele vapor repurificava o ar a sua volta. Indigo era um deus vivo entre os homens. Esses se amedrontaram logo que o viram. Uns imaginaram que o Dia do Julgamento enfim havia chegado. Contudo, observaram bem o seu trabalho e, assim, tribos inteiras de desgraçados se aglomeraram em seu corpo, feito carrapatos – a fome era maior do que o medo e crença alguma se mantém quando se tem fome. Séculos de aparente prosperidade se seguiram. Até que Zaramadan apareceu no meio do caminho.

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