sábado, 5 de outubro de 2019

SOBERANO: O PLANETA DA FOME_PARTE II_INDIGO_CAPÍTULO XV

"... mas foi repelido pelas pinças de Indigo."

Quem vive um dia morre. Até os deuses morrem. A vida é uma linha que se corta. A morte é o fim dessa linha; é a ponta partida perdida no espaço-tempo. Zaramadan era a morte, era a morte transmutada numa serpente-víbora de fogo negro. Miasmas arroxeados saíam de sua narina reptiliana. Sua língua vermelha comprida e tremula, para fora da boca, parecia zombar da presa recém-avistada. Zaramadan era muito maior que Indigo. O triplo, o quádruplo do seu tamanho. No Planeta da Fome, a morte sempre vence, quem ainda vive é dissidente. O embate dos dois deuses-terrenos foi colossal! Ele durou quarenta dias e quarenta noites, segundo a medida especulativa da época. Zaramadan deu investidas rápidas, mas foi repelido pelas pinças de Indigo. Esse usava o seu ferrão para afastar uma aproximação mais sorrateira de Zaramadan. Porém, Zaramadan era mais rápido, ele conseguia arranhar e queimar, com suas presas e chamas corpóreas, partes do corpo de Indigo. O veneno da morte se alastrava ligeiro pelo seu corpo azul-profundo. Numa investida direta de Zaramadan, Indigo, de guarda-baixa, conseguiu prender seu adversário com suas pinças, enquanto esse lhe abocanhava a face. Indigo cortou-lhe a cabeça, mas morreu em seguida e virou lenda.

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