Imagem: g1.globo.com |
Celular
é acessório muito comum hoje me dia, certo? Vira e mexe, ou melhor, pra tudo
que é lado, você vê alguém vendo pro próprio celular, seja parado em um canto
suspeito ou bem no meio da rua mesmo. Há, por aí também, uns mais radicais que
ficam olhando pro dito cujo enquanto estão andando, caminhando em baixo de sol,
chuva com ou sem guarda-chuva. É coisa de louco. A telinha luminosa fisga a
nossa atenção plena. É no metrô ou no busão, sempre tem alguém olhando pro
próprio aparelhinho ou pro alheio, o do vizinho.
Contudo, porém, entretanto, o fato mesmo
curioso é onde as pessoas os apoiam.
Você aí mesmo já deve ter visto, ou até
faz o que vou aqui comentar, têm muita gente por aí apoiando o bichinho no
bucho. Sério. Já vi gente olhando pro celular na altura dos zóios, que é
prática mais comum, já vi gente olhando pra ele mais abaixo, num ângulo de
noventa graus mais ou menos, também já vi gente olhando pro celular o apoiando
na cabeça do/a filho/a impaciente, que também quer porque quer ver também o que
o/a pai/mãe tá vendo sobre ele/a, mas, sobre o próprio bucho, era caso raro de
presenciar.
Hoje,
isso tá mais comum, bem mais. E tal fato não é só caso exclusivo de homem, não,
viu. Já vi muita mulher apoiando o celular espalhafatoso de colorido sobre a
saliência aparente. Ambos os sexos estão mais buchudos mesmo, e mais
encurvados, corcundas também. Pergunte aí pro seu alfaiate pessoal, ou pra sua
costureira profissional, eles vão lhe confirmar: hoje tá todo mundo mais
cheinho e dobrado sobre si. Décadas atrás, as pessoas eram mais esguias, retas,
de porte e estatura varapau, olhavam mais para frente, e não para baixo. Pessoa
corcunda só se via quem tinha algum problema de saúde. Os buchudos então eram
bem raros. Tempos difíceis eram. Chocolate, sorvete, que vinha em pote de
isopor (!), eram artigos de luxo. Coisas consideradas de presente para o fim do
ano apenas, sabe?
Enfim, tudo isso aí dito, parece até uma involução, não achas? Você já deve ter visto por aí nas estampas das camisetas da molecadinha esperta, aquele desenho do homem caminhando que representa a evolução humana, certo? Lá, na estampa, nos encurvamos aos poucos numa tela de computador, não é? Acho que até esse desenho crítico tá carecendo ser atualizado. Até onde nós nos agacharemos, hein? Tô achando que acabaremos rolando, que nem aquela pedra do Sísifo.
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